Genro de opositor de Maduro é condenado à prisão na Venezuela, diz família
Rafael Tudares, casado com a filha de Edmundo González, foi preso em janeiro deste ano, apenas três dias antes de Maduro assumir o poder no país

Rafael Tudares, genro do ex-candidato presidencial da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, foi condenado na Venezuela a 30 anos de prisão por conspiração e outros crimes, informou a família dele na quarta-feira (3).
Eles denunciaram o processo criminal contra ele, afirmando que não foram informados das acusações específicas e prometeram continuar buscando sua libertação.
Mariana González de Tudares, esposa de Rafael e filha de Edmundo, disse em um comunicado publicado no jornal X que as autoridades confirmaram a sentença de seu marido em uma audiência realizada na sexta-feira (28) e comunicaram a ele a condenação na segunda-feira (1º).
Ela afirmou que seu marido foi injustamente acusado de crimes graves e enfrentou um julgamento no qual seus direitos foram violados porque, segundo ela, desde a prisão de Tudares em janeiro, nem seu advogado nem sua família tiveram acesso ao processo.
“Disseram-me, mais uma vez, que o processo é confidencial devido à ‘natureza do caso’, o que representa uma grave violação dos direitos e garantias judiciais que Rafael possui, e que eu possuo como sua esposa e mãe de nossos dois filhos”, disse ela.
“Não desistirei e, apesar das circunstâncias absolutamente adversas, continuarei lutando por todos os meios humanitários disponíveis pela vida, liberdade, integridade pessoal e direitos do meu marido, Rafael Tudares Bracho, que é absolutamente inocente dos atos e acusações que lhe foram injustamente atribuídos, simplesmente por ser genro do meu pai”, concluiu.
González Urrutia também comentou o caso em sua conta na rede social X. O ex-candidato, que concorreu contra Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho de 2014, criticou a condenação, classificando-a como “fora dos limites da legalidade democrática”.
“Esta é uma decisão sem fundamento legal, incompatível com a Constituição e usada como retaliação política para tentar me prejudicar e distorcer a vontade expressa pelos venezuelanos em 28 de julho de 2014”, afirmou o político da oposição.
A CNN entrou em contato com o governo venezuelano, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal de Justiça para obter mais informações e comentários e aguarda uma resposta.
Embora as autoridades venezuelanas não tenham se pronunciado sobre este caso específico, elas têm afirmado ao longo do ano que existem supostas conspirações contra o governo.
Tudares foi preso na Venezuela em 7 de janeiro deste ano, apenas três dias antes de Maduro assumir a presidência. González Urrutia denunciou a prisão, classificando-a como um "sequestro" em retaliação contra ele e sua família.
Maduro, no poder desde 2013, após a morte do então presidente Hugo Chávez, foi declarado vencedor das eleições de 2024 por órgãos eleitorais alinhados ao governo, embora os registros de votação não tenham sido totalmente divulgados.
González Urrutia, que liderou o bloco majoritário da oposição e contou com o apoio da líder da oposição, María Corina Machado, afirma ser o verdadeiro vencedor.
Em setembro do ano passado, ele deixou a Venezuela rumo à Espanha, onde afirma ter se estabelecido por temer por sua segurança.



