Governo de Israel vai se reunir para discutir acordo de libertação de reféns
Autoridades israelenses e integrantes do Hamas fazem exigências em negociação mediada pelo Catar
O gabinete de guerra de Israel vai se reunir nesta terça-feira (21), às 13h, no horário de Brasília, “para discutir a questão da libertação dos reféns”, anunciou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Autoridades israelenses e o Hamas discutem os nomes dos reféns que poderiam ser libertos em um acordo que prevê uma trégua de até cinco dias e a liberação de prisioneiros palestinos.
Uma fonte do governo dos Estados Unidos expressou otimismo em relação às negociações: “Este é o mais próximo que estivemos.”
Qualquer libertação de prisioneiros palestinos tem que ser aprovada primeiro pelo gabinete de guerra de Israel, depois pelo governo como um todo.
Ambas as votações podem ocorrer por telefone. O processo deve ser rápido. No entanto, uma decisão ainda pode ser contestada dentro de 24 horas pelo Supremo Tribunal de Israel.
Cerca de 240 pessoas são mantidas reféns, desde o ataque no dia 7 de outubro. A maioria está sob domínio do Hamas, em Gaza. Mas, há pessoas com a Jihad Islâmica e outros grupos radicais menores.
Até agora, foram libertos quatro reféns: duas mulheres americanas e duas mulheres israelenses.
Há um total de 83 mulheres palestinas e 380 adolescentes com menos de 18 anos presos por Israel, na Cisjordânia, de acordo com Qadura Fares, chefe do Palestinian Prisoners Club, uma organização não governamental.
Esperança para as famílias
“Não sou político, não sou diplomata. Vou acreditar quando eles saírem.” Foi o que Liz Hirsh Naftali, tia-avó de Abigail Mor Idan, de 3 anos, a mais jovem americana a ser mantida refém pelo Hamas, disse à CNN nesta manhã.
“Até lá, só temos que manter tudo sob controle porque é uma montanha-russa de emoções”, continuou ela.
Hirsh Naftali disse que estava otimista, porém cautelosa depois de ouvir relatos de que sua sobrinha-neta poderia estar entre os civis que podem ser liberados pelo Hamas.
A criança, de 3 anos, foi feita refém enquanto se escondia na casa de seu vizinho depois de ver seus pais mortos durante o ataque de 7 de outubro.
O Catar espera anunciar um acordo ainda na terça-feira (21), segundo fontes ligadas às negociações.
“Para mim, isso é muito difícil, porque eu não tenho ideia se isso é real, mas meu coração acredita que tem que ser”, disse Hirsh Naftali.
“Eu tenho fé e só rezo para que isso seja verdade, mas, novamente, até que eu os veja sair e até que Abigail esteja nos braços de sua família, eu simplesmente não posso ficar aliviada”, completa.
Hirsh Naftali disse à CNN que o aniversário de Abigail é na próxima sexta-feira (24) e espera que a criança esteja em casa para comemorar o dia ao lado de seus irmãos.
“Essas pessoas estão no escuro há 45 dias. Abigail é uma linda criança que quer correr e jogar futebol com seu irmão e irmã mais velhos.”
*Por Kaitlan Collins, Jennifer Hansler, Matthew Chance, Jeremy Diamond, Zeena Saifi e Caroll Alvarado da CNN