Justiça da Argentina confisca 20 propriedades de Cristina Kirchner

Medida faz parte de sua condenação por fraude em um esquema de obras públicas, conhecido como o escândalo dos "Cadernos"

Da Reuters
Cristina Kirchner se levanta para o hino nacional durante uma masterclass como parte da inauguração da escola do Partido Justicialista, no 20º aniversário da vitória de Néstor Kirchner nas eleições presidenciais, no Teatro Argentino de La Plata, em 27 de abril de 2023, em La Plata, Argentina
Cristina Fernández de Kirchner  • Ignacio Amiconi/Getty Images
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Um tribunal da Argentina ordenou o confisco de 20 propriedades pertencentes à ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner e sua família.

A medida faz parte de sua condenação por fraude em um esquema de obras públicas, informou a mídia local nesta terça-feira (18).

Kirchner, uma figura controversa de esquerda que cumpriu dois mandatos presidenciais de 2007 a 2015, além de passagens como vice-presidente, senadora e primeira-dama.

Ela está em prisão domiciliar desde junho, após a condenação. No início deste mês, ela voltou a ser julgada por acusações de suborno em um caso separado.

O caso de corrupção de grande repercussão — conhecido como o escândalo dos "Cadernos" — acusa Fernández e outros 86 ex-funcionários de participarem de uma rede ilícita que supostamente recebia subornos de empresários em troca de contratos governamentais lucrativos. Ela nega as acusações.

O caso veio à tona em 2018, após a divulgação de cadernos mantidos pelo motorista de uma ex-funcionária, detalhando supostas entregas de dinheiro e reuniões.

Testemunhas apontaram tanto Fernández quanto seu falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner , que governou de 2003 a 2007, como figuras centrais no esquema.

Entre os réus estão ex-ministros e executivos de grandes empresas dos setores de construção, energia e transporte.

Vários líderes empresariais testemunharam como "arrependidos" em troca de anistia judicial, revelando um sistema de propinas supostamente usado para financiar o movimento peronista.