Ministro de Israel discute transição gradual da guerra e volta de civis para o norte de Gaza

Comentários acontecem enquanto os Estados Unidos pressionam Israel para uma ofensiva mais direcionada na Faixa de Gaza para reduzir as vítimas civis

Tamar Michaelis e Sugam Pokharel, da CNN
Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant  • 28/09/2023REUTERS/Fabrizio Bensch
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Israel fará a transição gradual para a próxima fase da guerra e espera que os palestinos deslocados do norte da Faixa de Gaza retornem às suas casas antes dos cidadãos do sul do território palestino, disse o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, nesta segunda-feira (18).

“Em breve seremos capazes de distinguir entre diferentes áreas de Gaza. Em todas as áreas onde cumprirmos a nossa missão, seremos capazes de fazer a transição gradual para a próxima fase e começar a trabalhar para trazer de volta a população local. Isto pode ser alcançado talvez mais cedo no norte do que no sul”, ponderou o ministro.

Os comentários acontecem no momento em que os Estados Unidos continuam pressionando Israel para que faça a transição para uma campanha mais direcionada na Faixa de Gaza para reduzir as vítimas civis.

Centenas de milhares de palestinos fugiram do norte para o sul de Gaza durante a guerra.

A Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) informou no início deste mês que quase 1,9 milhão de pessoas, mais de 80% da população total do território, foram deslocadas desde o início do conflito.

Embora grande parte do norte de Gaza tenha sido dizimada pelos combates e ataques aéreos, Israel deixou claro que está determinado a terminar as suas operações militares naquele local.

Planos para o pós-guerra

Em coletiva de imprensa conjunta com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em Tel Aviv, Gallant também disse que foram discutidos planos de governo em Gaza para o pós-guerra.

“Sabemos que o Hamas não controlará Gaza, sabemos que teremos a liberdade de eliminar qualquer tipo de ameaça no futuro e não haverá nenhuma ameaça militar séria contra Israel a partir de Gaza”, destacou Gallant.

Austin afirmou que discutiu com as autoridades israelenses os caminhos “para um futuro para Gaza depois do Hamas”, a proteção dos civis em Gaza e a necessidade “de tomar medidas urgentes para estabilizar a Cisjordânia”.

O ministro não mencionou a Autoridade Palestina.

Enquanto isso, Israel continua afirmando que a Autoridade Palestina não assumirá o poder em Gaza, com Benjamin Netanyahu observando que isso não acontecerá enquanto ele for primeiro-ministro.

O órgão foi efetivamente expulso de Gaza pelo Hamas em 2007, mas a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, tem deixado cada vez mais claro que acredita que ela deverá resumir a governo do enclave quando a guerra terminar.

*Haley Britzky, da CNN, contribuiu para esta reportagem

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