Ministro de Israel nega fome em Gaza e fala em "destruir" território

O ministro israelense do Patrimônio, Amihai Eliyahu, afirmou em uma entrevista de rádio que "não há fome em Gaza" e disse que o governo está "correndo para destruir Gaza". Os comentários foram fortemente condenados por outras autoridades israelenses.

Eliyahu disse à rádio Kol Ba’Rama: “Amigos, não há fome em Gaza. Mas sim, estamos matando, e mataremos os monstros, e mataremos qualquer um que nos ameace.”

Ele continuou: “Toda vez que mostram imagens de crianças famintas, olhem ao lado delas, há um homem gordo comendo direito e que não tem problema em passar a comida adiante. É uma campanha. Mas não precisamos lidar com isso – eles precisam. A comida está nas mãos deles. Caminhões entram lá todos os dias. Do que vocês estão falando?”

Quando questionado se os israelenses deveriam se preocupar com as imagens de crianças feridas vindas de Gaza, Eliyahu respondeu: “Não. Nenhuma nação alimenta seus inimigos. Os britânicos não alimentaram os nazistas. Os americanos não alimentaram os japoneses. Os russos não estão alimentando os ucranianos agora. Os americanos não alimentaram os iraquianos quando ocuparam a região.”

Ele acrescentou: “Deveríamos estar lidando com a fome deles? Todo esse discurso é insano. Perdemos completamente o controle. Deveríamos lidar com isso? É uma loucura.”

O ministro prosseguiu dizendo que não haverá assentamentos fechados em Gaza, mas que “toda Gaza será judaica”.

Agências humanitárias têm repetidamente alertado sobre a crise de fome em Gaza, afirmando que a ajuda está na fronteira e não pode entrar.

Na terça-feira (22), o Ministério da Saúde de Gaza disse que 900.000 crianças estão passando fome e 70.000 já apresentam sinais de desnutrição, enquanto o chefe da Organização Mundial da Saúde disse que os palestinos em Gaza estão sofrendo de "fome em massa".