No Google, termo ‘guerra’ bate maior pico de pesquisas em 18 anos
Pesquisas no Brasil por Vlamir Putin disparam 2.400% em 30 dias, enquanto buscas por Volodymyr Zelensky registraram aumento de 4.900%; internautas também querem saber 'o que é a Otan'
Desde o deslocamento das tropas russas para a fronteira com a Ucrânia, no início de fevereiro, o termo “guerra” é um dos principais temas buscados no Google.
Em 30 dias, a pesquisa pela palavra ‘guerra’ quadruplicou e atingiu o maior pico desde 2003, período da invasão americana no Iraque. Ou seja, em 18 anos, o termo nunca tinha sido tão pesquisado.
De acordo com o levantamento feito com base na ferramenta de busca online do Google, a Ucrânia é um dos assuntos que tiveram maior crescimento de buscas no mesmo período.
A procura por informações sobre o país, que fica no leste europeu, saltou 1.650% nesse intervalo. A Rússia é um dos cinco assuntos de maior alta, com crescimento de 850% desde o início de fevereiro até agora. Os números levam em conta apenas pesquisas feitas em território brasileiro.
Os principais personagens da guerra também tiveram destaque na internet. Em fevereiro, as buscas por Vladimir Putin, presidente da Rússia, saltaram 2400% na comparação com janeiro.
Putin assumiu o comando da Rússia depois da renúncia do ex-presidente Boris Iéltsin, ao lado de quem ele cresceu na política. Antes disso, ele tinha sido oficial na KGB, agência de serviços secretos da antiga União Soviética.
Partiu dele a ordem que fez a guerra começar, com os primeiros avanços militares de tropas russas sobre a Ucrânia.
Já as buscas por Volodomyr Zelensky, presidente da Ucrânia, subiram 4900%. O ator e humorista é um fenômeno no Instragram, com quase 15 milhões de seguidores e tinha interpretado o próprio papel, de presidente da Ucrânia, antes de concorrer e ganhar a eleição, assumindo o comando do país em 2019.
Durante a guerra, ele tem usado a internet e a mídia para pedir que países como Alemanha, Turquia, Estados Unidos e China tentem impedir que Putin avance.
A pergunta “o que é Otan” foi a mais registrada no Google, com salto de 3.200% de um mês para o outro. A dúvida foi uma das dez perguntas mais buscadas pelos brasileiros, assim como “por que a Rússia está atacando a Ucrânia”, que teve alta de 1.800%.
A Otan, Organização do Tratado do Atlântico Norte, foi criada em 1949 com o objetivo de formar uma rede militar de ações e respostas para conflitos mundiais. Na prática, o grupo de países que compõem a Otan é gerido com forte interferência dos Estados Unidos.
Os membros da organização já foram conclamados a discutir ou agir de fato em conflitos de países como a antiga Iugoslávia, Síria, Turquia e Iraque.
Antes da guerra começar de fato, a Ucrânia tentava entrar na Otan.Para analistas ouvidos pela CNN, isso pode ter sido a gota d’água para que Putin declarasse apoio a regiões separatistas do país e decidisse invadir a nação vizinha.
Na sexta-feira (4), em entrevista à CNN, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que a aliança militar não faz parte do conflito na Ucrânia e não moverá tropas. “Somos uma aliança defensiva e não vamos mover tropas da Otan ou Forças aéreas da Otan na Ucrânia”, afirmou, em entrevista exclusiva ao âncora da CNN, John Berman.
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Na quinta-feira (24), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um pronunciamento televisionado no qual autorizava uma "operação militar especial" na Ucrânia. Putin disse que o objetivo era proteger população de regiões separatistas. • Reprodução/Russia 24
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Poucas horas após pronunciamento de Putin, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades da Ucrânia, segundo relatos de repórteres da CNN. A imagem de uma explosão em Kiev divulgada pelo Gabinete do Presidente da Ucrânia foi um dos primeiros retratos da invasão russa no país. • Gabinete do Presidente da Ucrânia
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Já pela manhã de quinta-feira, gigantescas filas de carro se formaram com pessoas tentando sair da capital ucraniana Kiev. • Getty Images
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Após o início da guerra, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convocou os cidadãos para luta armada e pediu doações de sangue para os militares feridos. • CNN / Reprodução
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Os metrôs ucranianos se transformaram em verdadeiros bunkers improvisados, para servir de abrigo antibombas. Na foto, o metrô de Kharkiv, segunda maior cidade do país. • CNN
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A CNN relatou que infraestrutura civil ucraniana foi afetada pela guerra. Na imagem, uma criança brinca no parquinho do lado de fora de um prédio residencial de Kiev atingido por uma explosão. • Anadolu Agency via Getty Images
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Pessoas são fotografadas em posto de controle entre Ucrânia e Eslováquia. A ONU estima que mais de 800 mil refugiados fugiram pela fronteira oeste do país. • Future Publishing via Getty Imag
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Protestos contra a guerra na Ucrânia foram registrados em várias partes do mundo. Na foto, mais de 100 mil manifestantes foram às ruas de Berlim pedindo o fim da invasão russa. • Getty Images
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Delegações diplomáticas de Rússia e Ucrânia se encontraram, no quinto dia de guerra (28), na região da fronteira com Belarus. Primeira negociação por cessar-fogo terminou sem acordo. Segunda reunião deve acontecer nesta quarta (2). • Alexander Kryazhev/POOL/TASS via
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Kharkiv foi alvo de alguns dos piores ataques aéreos durante a guerra. Na terça-feira (1º), pelo menos 10 pessoas morreram e 35 ficaram feridas em ataques com foguetes das forças russas no centro da cidade, segundo o Ministério do Interior ucraniano. • Anadolu Agency via Getty Images