Nova Délhi prepara medidas de emergência para conter poluição tóxica
No início desta semana, as autoridades indianas ordenaram o fechamento de olarias, aumentaram a frequência da limpeza mecanizada e o controle à queima de lixo
O conselho de controle de poluição da Índia orientou, na sexta-feira (12), que estados e entidades sigam em “prontidão total” para enfrentar a piora das condições de poluição atmosférica em Nova Délhi, causadas principalmente por uma queda na velocidade de temperatura e vento.
Uma espessa névoa de fumaça tóxica paira sobre a capital indiana, agravada por um aumento na queima de resíduos agrícolas nas fazendas vizinhas.
Isso reduz a visibilidade e o Índice de Qualidade do Ar (AQI), que atingiu 470 em uma escala de 500, de acordo com o conselho. Esse nível de poluição significa que o ar afetará pessoas saudáveis e pode piorar seriamente o quadro daquelas com doenças existentes.
De acordo com o “Plano de Ação Graduada de Resposta” do conselho de poluição, a qualidade do ar que permanece “severa” por 48 horas deve levar os estados e órgãos locais a impor medidas de emergência que incluem o fechamento de escolas, restrições específicas aos carros particulares e a interrupção em obras.
Em uma circular publicada na noite de sexta-feira, o conselho disse que o governo e os escritórios privados deveriam reduzir o uso de transporte privado em 30% e aconselhou os residentes da cidade a limitar a exposição ao ar livre.
“As condições meteorológicas serão altamente desfavoráveis para a dispersão de poluentes até 18 de novembro de 2021 em vista de ventos fracos com condições calmas durante a noite”, disse o conselho.
No início desta semana, as autoridades locais ordenaram o fechamento de olarias, aumentaram a frequência da limpeza mecanizada e o controle à queima de lixo e resíduos.
A concentração de partículas PM2.5 venenosas era, em média, de 329 microgramas por metro cúbico de ar. O governo prescreve uma leitura “segura” de PM2.5 de 60 microgramas por metro cúbico de ar durante um período de 24 horas.
PM2.5 é uma unidade pequena o suficiente para viajar profundamente para os pulmões, entrar na corrente sanguínea e pode causar doenças respiratórias graves, incluindo câncer de pulmão.
“Isso está se tornando um pesadelo”, disse Gufran Beig, diretor do projeto fundador do SAFAR, monitor de qualidade do ar e clima, que está sob a responsabilidade do Ministério de Ciências da Terra.
“A contagem de incêndios está na faixa de 3 mil a 5 mil e não está diminuindo”, disse Beig à Reuters, referindo-se aos incêndios com restolho de plantações nas regiões ao redor da capital.
Os esforços da Índia para reduzir a queima de resíduos agrícolas, uma importante fonte de poluição do ar durante o inverno, gastando bilhões de rúpias nos últimos quatro anos, fizeram pouco para evitar uma forte deterioração na qualidade do ar.
Délhi, frequentemente classificada como a capital mais poluída do mundo, enfrenta um ar extremamente ruim no inverno devido à queima de restos de colheita, emissões de transporte, usinas movidas a carvão fora da cidade e outras emissões industriais, queima de lixo a céu aberto e poeira.
(Texto traduzido. Leia o original em inglês aqui).