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    Possibilidade de enfrentamento é real, diz especialista sobre tensão na Ucrânia

    Em entrevista à CNN, professora de Relações Internacionais, Fernanda Magnotta, explica que potencial invasão russa é motivada pela possibilidade do país ser incorporado à aliança militar Otan: "Ocidente vai reagir"

    Léo LopesLayane Serranoda CNN , em São Paulo

    O presidente dos Estados UnidosJoe Biden, previu nesta quarta-feira (19) que a Rússia “vai atacar” a Ucrânia, citando preocupações existenciais do presidente do país, Vladimir Putin, mesmo alertando sobre consequências econômicas significativas caso isso ocorra.

    Nesta quinta-feira (20), ministros de Relações Exteriores de França, Alemanha e Estados Unidos se reúnem para discutir a tensão entre Kiev e Moscou.

    Em entrevista à CNN, a professora e coordenadora do curso de Relações Internacionais da FAAP, Fernanda Magnotta, alertou que a possibilidade de enfrentamento é real.

    Ela explica que a potencial invasão russa é motivada pela possibilidade da Ucrânia ser incorporada à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que é uma grande aliança militar ocidental.

    “Do lado russo, há uma tentativa de pressão e possibilidade de invasão para fazer com que os aliados americanos e europeus desistam da Ucrânia dentro da Otan – e de outros ex-soviéticos nesse tipo de aliança. O Ocidente vai reagir a essa possibilidade de conflito”, declarou.

    A professora explica que esse conflito iminente não é uma novidade trazida por 2022, mas uma situação que vem escalando desde a Crise da Crimeia, em 2014.

    “Desde então, há um rompante de agressividade mútua entre esses atores. É um processo histórico que se arrasta, e teve o auge em dezembro do ano passado”, comenta.

    No final de 2021, começaram a surgir as notícias – posteriormente confirmadas – de que haviam 100 mil soldados russos próximos à fronteira do país com a Ucrânia, o que elevou a suspeita de invasão.

    A professora detalha que os russos demandam que exista alguma forma de garantia legal para que ex-membros da União Soviética não sejam aceitos na aliança militar ocidental. “Eles querem impedir o avanço da Otan”, pontua.

    “Além disso, o governo Putin tem apresentado a exigência de remoção de armas nucleares dos Estados Unidos que estão posicionadas na Europa”, complementa.

    Para Fernanda Magnotta, uma forma de distensionar esse momento seria, ou os russos aceitarem desocupar a fronteira e recuarem da possibilidade de ataque à Kiev, ou os aliados da Otan atenderem as demandas russas.

    “Não me parece o caso de nenhum dos dois. Os russos não parecem dispostos a recuar, tampouco os americanos e europeus vão ceder às pressões”, alertou.

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