Professor explica à CNN as origens do conflito no Oriente Médio
Professor de Relações Internacionais detalha as raízes históricas e os desafios atuais do conflito entre Israel e Palestina, destacando a importância da solução de dois Estados
O conflito no Oriente Médio, especialmente entre Israel e Palestina, tem raízes profundas que remontam a 1948, conforme explica o professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, em entrevista à CNN Brasil.
Após a Segunda Guerra Mundial, potências europeias, principalmente a Inglaterra, buscaram recompensar o mundo judeu pelo fim da diáspora, estabelecendo um estado judeu. Este estado foi criado na região da Palestina, então habitada pelos palestinos, gerando o cerne do conflito que persiste até hoje.
Complexidade das relações árabes
O professor ressalta que a situação é ainda mais complexa do que apenas árabes versus judeus. “Árabes têm, como qualquer outro lugar, eles têm dissenções, têm divisões”, explica Trevisan. Ele destaca a divisão entre sunitas e xiitas como um exemplo das fraturas internas no mundo árabe.
A solução proposta pela comunidade internacional é a convivência através de dois estados: um palestino e um israelense. No entanto, Trevisan aponta que há resistência a esta solução em ambos os lados. “Você tem duas Israel. Você tem uma Israel de Netanyahu, que é uma Israel dos ultraortodoxos, que diz, nenhuma conversa com os palestinos”, exemplifica.
O papel das potências globais
O professor também destaca o papel de potências globais na busca por uma solução. Ele menciona que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, buscou o apoio da China para conter o Irã e facilitar uma solução de dois estados.
Trevisan chama a atenção para indicadores econômicos como o preço do petróleo, que não subiu significativamente, sugerindo que os mercados não antecipam uma escalada do conflito. “Gente que compra e vende petróleo, fareja, sente o cheiro longe. E eles estão sentindo o cheiro de que a guerra está tomando um processo de decisão”, observa.
A complexidade do conflito no Oriente Médio continua desafiando estudantes e observadores internacionais. A solução, segundo o especialista, passa pela convivência e pelo fim gradual das hostilidades, um processo que demanda tempo e esforço diplomático contínuo.