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    Quem é Javier Milei, candidato à Presidência da Argentina da coalizão conservadora

    Suas aparições no rádio e na televisão locais geram polêmica, seja entre seus colegas economistas, jornalistas ou apresentadores

    Damien Martinoda CNN

    Em épocas eleitorais, as conversas sobre política costumam ser diárias, seja no ambiente familiar, acadêmico ou de trabalho. No âmbito da situação argentina, há um nome que não passa despercebido: Javier Milei, o candidato presidencial da coalizão conservadora La Libertad Avanza.

    O economista estourou na mídia com sua “turnê pela liberdade” e se destacou principalmente por sua atuação fora da política: seu desempenho como jogador de futebol e sua passagem pela música com sua banda tributo aos Rolling Stones, são alguns exemplos.

    Primeiros anos

    A história começou um tanto difícil para esse ex-goleiro do clube de futebol argentino Chacarita Juniors, que foi figura em 1989. Nascido no bairro portenho de Palermo, em 22 de outubro de 1970, Milei teve uma infância marcada por repetidos momentos polêmicos em família que ele mesmo reconheceu em um programa do canal argentino Telefé.

    Embora o relacionamento com seus pais não fosse bom, Milei encontrou apoio em sua irmã. O economista reconhece que Karina Milei é a pessoa que melhor o conhece e “a grande arquiteta” de seus acontecimentos políticos. Milei disse a diferentes meios de comunicação que, caso se torne presidente, ela desempenhará o papel de primeira-dama.

    O jornalista Juan Luis González é um dos pesquisadores da biografia não autorizada do economista, intitulada “El Loco”. À CNN, ele declarou que a passagem de Javier Milei pelo Colégio Cardenal Copello, em Villa Devoto, foi marcada por bullying na maior parte dessa etapa.

    Para a elaboração do livro, o autor garante que conversou com os colegas de escola do candidato à presidência e todos concordaram com a memória de um menino retraído e calado que gostava de dançar ao melhor estilo Mick Jagger e era alvo de piadas constantes.

    Sua paixão pelos Rolling Stones permaneceu intacta desde a adolescência. Milei disse recentemente que viu o grupo britânico ao vivo 14 vezes, e até teve uma banda tributo chamada Everest.

    Hoje Milei vive com cinco Mastiffs ingleses, cada um pesando cerca de 100 quilos, e ele reconhece nesses cachorros sua verdadeira família.

    Nesse sentido, há alguns anos, o atual Deputado Nacional por La Libertad Avanza teve que enfrentar um cenário difícil: era o ano de 2017 e ele começava a fazer barulho na mídia.

    No meio daquela turbulência do rádio e da televisão, ele recebeu um duro golpe. Segundo o relato do livro de González, Conan, o cachorro do economista, teve uma doença degenerativa e Milei precisou se preparar para as piores notícias.

    Passagem pelos gramados

    Os anos 1980 estavam no seu auge. A democracia havia voltado e o jovem Milei, de 18 anos, tentava ser goleiro nas categorias de base do clube de futebol argentino Chacarita Juniors para se tornar definitivamente “El Loco”, segundo seus ex-companheiros.

    “Não sou torcedor do Chacarita, mas passei a fazer parte do time profissional em 1989”, confessou o economista em entrevista à rádio Urbana Play FM de Buenos Aires.

    E quando se trata de futebol, outra informação aparece: Milei passou de ter um camarote e uma estrela no Museo de la Pasión Boquense a querer que o River ganhasse a final da Copa Libertadores de 2018.

    “Sou um torcedor muito particular do Boca porque, na verdade, deixei de ser um. Deixei de ir a campo quando o [Martín] Palermo se aposentou, quando [Daniel] Angelici o trouxe para Riquelme ultimamente, defendi que ia ser um fracasso e por isso deixei de ser do Boca”, lembrou o deputado na estação de rádio.

    Corrida presidencial

    A partir de 2018, a ascensão de Milei começou nos principais meios de comunicação argentinos, com a divulgação de seu discurso “liberal libertário”, como costuma chamar. Suas aparições no rádio e na televisão locais geraram polêmica, seja entre seus colegas economistas, jornalistas ou apresentadores.

    O grande salto em sua carreira política veio em 2020, quando anunciou sua candidatura à presidência nas eleições de 2023.

    Esse passo abriu caminho para que seu partido, La Libertad Avanza, conquistasse duas cadeiras na Câmara dos Deputados no ano seguinte, ocupados por ele e por sua candidata à vice-presidência, Victoria Villarruel.

    Javier Milei é agora um candidato de direita à presidência da Argentina. Dentro de seu espaço político La Libertad Avanza, suas principais propostas de campanha são a dolarização da economia argentina em etapas, a redução dos gastos estatais e a privatização de empresas públicas.

    No plano trabalhista, ele propõe o fim das verbas rescisórias para reduzir os custos trabalhistas, mas duas das propostas que mais geraram polêmica encontram-se na esfera securitária: a desregulamentação do porte de armas e a militarização das prisões.

    Com suas visões excêntricas e provocativas, Milei aumenta o calor de todo o arco político. As urnas falarão no domingo (13), nas eleições primárias abertas, simultâneas e obrigatórias (Paso, na sigla em espanhol), onde sua candidatura às eleições gerais não está em risco, já que é o único pré-candidato de sua força.

    Caso seja eleito nas eleições de 22 de outubro, o economista terá a oportunidade como presidente de implementar sua proposta de transformação de 35 anos, marca registrada em sua campanha.

    Veja também: Argentina e FMI chegam a “acordo inicial” sobre renegociação de dívida

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