Rússia diz que não participará de negociações sobre Ucrânia na Turquia

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que viajará ao país para retomar diálogo sobre conflito no leste europeu

Da Reuters
Vista da torre Spasskaya do Kremlin e da Catedral de São Basílio, em Moscou  • 14/07/2025. REUTERS/Evgenia Novozhenina/File Photo
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Representantes da Rússia não participarão das negociações sobre a Ucrânia na Turquia na quarta-feira (19), informou o governo russo nesta terça-feira (18).

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou anteriormente que iria à Turquia na quarta-feira, em uma tentativa de retomar as negociações com a Rússia sobre o fim da guerra.

Uma fonte turca disse que o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, participará das conversas planejadas.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou aos repórteres: “Não, não haverá representantes russos na Turquia amanhã. Por enquanto, esses contatos estão ocorrendo sem a participação russa”.

Peskov afirmou que o presidente Vladimir Putin está aberto a conversas com os EUA e a Turquia sobre os resultados das negociações.

O enviado especial de Putin, Kirill Dmitriev, também não participará das reuniões em Istambul, disse uma fonte próxima a Dmitriev à agência de notícias Reuters nesta terça-feira.

“Dmitriev teve uma discussão muito produtiva com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, de 24 a 26 de outubro nos Estados Unidos”, acrescentou a fonte.

A Turquia, membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que mantém relações cordiais com a Rússia e a Ucrânia, tem sido o principal local de negociações para o fim da guerra desde 2022.

A diplomacia foi amplamente paralisada nas últimas semanas, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionando no mês passado as grandes petrolíferas russas Lukoil e Rosneft em uma tentativa de retaliar o que ele diz ser a paralisação das negociações por Moscou.

Entenda a guerra na Ucrânia

A Rússia iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e detém atualmente cerca de um quinto do território do país vizinho.

Ainda em 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, decretou a anexação de quatro regiões ucranianas: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.

Os russos avançam lentamente pelo leste e Moscou não dá sinais de abandonar seus principais objetivos de guerra. Enquanto isso, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pressiona por um acordo de paz.

A Ucrânia tem realizado ataques cada vez mais ousados dentro da Rússia e diz que as operações visam destruir infraestrutura essencial do Exército russo.

O governo de Putin, por sua vez, intensificou os ataques aéreos, incluindo ofensivas com drones.

Os dois lados negam ter como alvo civis, mas milhares morreram no conflito, a grande maioria deles ucranianos.

Acredita-se também que milhares de soldados morreram na linha de frente, mas nenhum dos lados divulga números de baixas militares.

Os Estados Unidos afirmam que 1,2 milhão de pessoas ficaram feridas ou mortas na guerra.