"Somos guerreiros", diz Maduro em meio às tensões entre Venezuela e EUA
Ditador criticou "investida" do imperialismo sem citar o ataque que, segundo o governo americano, destruiu um barco venezuelano carregado de drogas
Em meio às tensões com os Estados Unidos, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (3), durante um ato em homenagem à China, que os venezuelanos são “guerreiros” quando tentam afetar sua terra, sua história ou seus direitos.
Maduro deu essas declarações um dia depois de os EUA anunciarem que destruíram uma embarcação que, segundo Washington, pertencia à organização criminosa Tren de Aragua e havia saído da Venezuela carregada com drogas.
Os Estados Unidos afirmam que essa operação - que teria resultado em 11 mortes - faz parte da estratégia contra o narcotráfico na região.
Ao longo da terça-feira (2), a Venezuela tentou minimizar o anúncio e disse que o vídeo divulgado do ataque teria sido criado com inteligência artificial, algo que Washington rejeita.
Sem se referir diretamente ao ataque, Maduro declarou nesta quarta-feira que “hoje o imperialismo lança uma nova investida. Não é a primeira nem será a última, apenas mais uma investida”.
“A Venezuela está de pé, e eu lhes digo: a Venezuela vai continuar de pé, com serenidade, com firmeza”, acrescentou.
“Somos um povo que ama a paz, mas que fique claro: somos guerreiros, ferozes, quando mexem com nossa terra, com nossa história e com nossos direitos. Esta terra pertence aos venezuelanos e às venezuelanas, e não haverá traidores da pátria nem império que possa tocar e profanar o solo sagrado que nos legaram os libertadores”, acrescentou.
Maduro falou durante um ato público com vários funcionários da China para comemorar o 80º aniversário da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial.
Durante a cerimônia, também destacou a proximidade de Caracas com Pequim, rival político dos Estados Unidos, e inaugurou uma praça em homenagem ao gigante asiático.
Venezuela e Estados Unidos acumulam mais de sete meses de tensões bilaterais por diversos temas, incluindo migração e combate ao crime organizado.
Um dos momentos mais tensos desse período ocorreu há algumas semanas, quando o governo do presidente Donald Trump acusou Maduro de ser líder do Cartel de los Soles, uma suposta organização criminosa que, segundo os EUA, se dedica ao narcotráfico e outros delitos. Maduro e seus principais aliados negam.
Washington dobrou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura do governante venezuelano, uma medida que Caracas criticou e classificou como ridícula.



