Substância usada para envenenar Navalny é encontrada em garrafa de água de hotel
A tese agora é a de que o líder opositor russo foi envenenado no hotel onde se hospedou, e não em um aeroporto, como se pensava anteriormente
O agente químico nervoso utilizado para envenenar o líder opositor russo Alexei Navalny foi encontrado em uma garrafa de água vazia no hotel onde ele se hospedou na cidade de Tomsk, na Sibéria. A tese agora é a de que ele foi envenenado nesse local, e não em um aeroporto, como se pensava anteriormente, informou a equipe dele nesta quinta-feira (17).
Navalny se sentiu muito mal durante um voo doméstico na Rússia em agosto, e foi levado a Berlim para tratamento. Laboratórios da Alemanha, França e Suécia afirmam que ele foi envenenado com o agente químico novichok. A Rússia nega essa teoria e diz que não vê evidências disso.
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Um vídeo publicado na conta de Navalny no Instagram mostra membros de sua equipe fazendo buscas no quarto em que ele se hospedou no Xander Hotel, em Tomsk, no dia 20 de agosto, uma hora depois de descobrirem que ele adoeceu em circunstâncias suspeitas.
“Decidiram recolher tudo que possa ser útil e entregar aos médicos alemães. O fato de que o caso não será investigado pela Rússia é muito óbvio”, diz a publicação com o vídeo.
“Duas semanas depois, um laboratório alemão encontrou vestígios de novichok precisamente na garrafa de água de um quarto de hotel de Tomsk”, segundo o post.
“E depois mais laboratórios que fizeram análises em Navalny confirmaram que foi isso que o envenenou. Agora nós entendemos: isso foi feito antes de ele deixar o quarto do hotel para ir ao aeroporto.”
A Rússia chegou a conduzir uma investigação prévia, mas afirmou que precisava ver mais análises médicas antes de abrir uma investigação criminal formal sobre o caso.
Nessa quarta, o Reino Unido disse que é quase certo que os serviços de inteligência russos realizaram o ataque contra Navalny, um dos críticos mais ferrenhos do presidente russo, Vladimir Putin. Londres ressaltou que a Rússia tem um caso a responder, já que o uso de uma arma química é inaceitável.