Venezuela reage a exercício militar dos EUA na Guiana: “Infeliz provocação”
Comando Sul americano anunciou que conduziria "operações aéreas" em conjunto com as Forças de Defesa da Guiana nesta quinta-feira (7)
A Venezuela reagiu ao anúncio dos Estados Unidos de que iria realizar um exercício militar na Guiana junto às Forças de Defesa guianenses.
Em uma publicação no X (antigo Twitter), o ministro da Defesa venezuelano, Vladímir Padrino López, chamou a movimentação americana de “infeliz provocação”.
“Esta infeliz provocação dos Estados Unidos em favor dos pretorianos da ExxonMobil é mais um passo na direção errada”, escreveu o ministro.
Esta infeliz provocación de Estados Unidos a favor de los pretorianos de la ExxonMobil en Guyana es otro paso en la dirección incorrecta. Advertimos que no nos desviarán de nuestras futuras acciones por la recuperación del Esequibo ¡No se equivoquen! ¡Viva Venezuela! pic.twitter.com/1UIfPNQODY
— Vladimir Padrino L. (@vladimirpadrino) December 7, 2023
“Alertamos que não seremos desviados de nossas ações futuras para a recuperação de Essequibo. Não se enganem! Viva a Venezuela!”, completou.
Mais cedo, a Embaixada dos EUA em Georgetown, capital da Guiana, anunciou que o Comando Sul realizaria “operações aéreas” dentro da Guiana nesta quinta-feira (7) em colaboração com as Forças de Defesa da Guiana.
“Este exercício é baseado no envolvimento e nas operações de rotina para melhorar a parceria de segurança entre os Estados Unidos e a Guiana e para fortalecer cooperação regional”, escreveu a Embaixada.
“Além deste exercício, o Comando Sul continuará a sua colaboração com as Forças de Defesa da Guiana nas áreas de preparação para desastres, segurança aérea e marítima e combate às organizações criminosas transnacionais”, continuou.
“Os EUA continuarão o seu compromisso como parceiro de segurança confiável da Guiana e na promoção da cooperação regional e da interoperabilidade”, completou.
A medida é um claro aceno dos Estados Unidos em apoio a Guiana, em meio a disputa da região de Essequibo com a Venezuela.
Maduro disse anteriormente que os Estados Unidos não devem interferir na tentativa de anexação de Essequibo. “Estados Unidos, eu aconselho, longe daqui. Deixem que a Guiana e a Venezuela resolvam este assunto em paz”, disse o presidente venezuelano.
Nesta quarta-feira (06), o secretário de Estado americano, Antony Blinken conversou com o presidente da Guiana Irfaan Ali e reafirmou o apoio dos Estados Unidos ao país.
A Venezuela voltou a reivindicar o território nos últimos anos após a descoberta de cerca de 11 bilhões de barris de petróleo e gás offshore.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro convocou um referendo e disse que mais de 95% da população votou pela anexação do território, que compõe 70% da Guiana.
Maduro anunciou nesta semana a criação da zona de defesa integral da Guiana Essequibo e nomeou um general como “única autoridade” da área.
A Guiana convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise. O encontro acontece nesta sexta-feira (08).