Vice-ministro russo sobre suspensão de certificação de gasoduto: “Não acredito em lágrimas”
Alemanha anunciou nesta terça-feira (22) que irá suspender o certificado do gasoduto Nord Stream 2, megaprojeto de US$ 11 bilhões

Um vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia rebateu, nesta terça-feira (22), um movimento da Alemanha para suspender a certificação do gasoduto Nord Stream 2, dizendo que Moscou não teme nada e "não acredita em lágrimas", informou a agência de notícias russa TASS.
O funcionário, Andrey Rudenko, fez o comentário nesta terça-feira depois que o chanceler alemão Olaf Scholz suspendeu a certificação do gasoduto que bombearia gás russo para a Alemanha depois que Moscou reconheceu formalmente duas regiões separatistas no leste da Ucrânia.
A Rússia é responsável por 1/3 do gás consumido na Europa. A Alemanha está no centro das pressões por conta do gasoduto Nord Stream 2, de 1.200 quilômetros, que foi concluído em setembro, num megaprojeto de US$ 11 bilhões.
O presidente russo, Vladimir Putin, tem utilizado a questão do fornecimento gás como uma forma de pressionar a Europa contra sanções.
Como consequência da decisão de suspensão do gasoduto, o preço da tarifa de gás deve aumentar na Europa nos próximos dias. Já a redução da demanda deve prejudicar a arrecadação do governo russo.
Estados Unidos e o Reino Unido já anunciaram que vão introduzir sanções contra os russos. Na madrugada desta terça-feira (22), o Japão também afirmou que “está pronto” para se unir aos EUA e outras nações do G7 na aplicação de sanções. Alemanha e outros países da União Europeia devem decidir sobre o uso de sanções em uma reunião de ministros das Relações Exteriores europeus ainda nesta terça-feira.
Fotos - A tensão nas fronteiras da Ucrânia em imagens
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia está aumentando a pressão sobre seu ex-vizinho soviético, ameaçando desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. A mobilização provocou alertas de oficiais de inteligência dos EUA de que uma invasão russa pode ser iminente.
Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não chegaram a uma conclusão. Foi reconhecida pelo presidente russo Vladimir Putin, na segunda-feira (21), a independência de Donetsk e Luhansk, duas áreas separatistas ucranianas.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
(Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de André Rigue e Eliza Mackintosh,


