
Adoção por casais LGBTQIA+ ainda é desafio no Brasil
Desde 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) permite que casais do mesmo sexo adotem crianças
Desde 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) permite que casais do mesmo sexo adotem crianças. Porém, a batalha de casais homoafetivos é marcada por uma alta demora e diversas burocracias, além de ser um marco recente nesse universo familiar.
Em entrevista ao CNN no Plural, Betho Fers, pai de Stefanie, conta que quando criança e jovem não conheceu histórias familiares semelhantes a dele, “não fui apresentado nas histórias infantis, nos livros, e a minha família não me mostrou casos reais”.
Assim, ele conta que “ser pai é uma viagem recente e sem referência”.
Orientação sexual
Erick Silva, também pai de Stefanie, afirma que outra dificuldade é assumir sua orientação sexual. “Existia o sonho de ser pai, mas [antes] precisei passar por várias etapas para me entender como homem gay”.
A orientação sexual é mais uma etapa que as famílias LGBTQIA+ costumam enfrentar com seus familiares.
Os pais heterossexuais muitas vezes são os primeiros a não aceitar a orientação ou identidade de gênero dos filhos. É como se fosse a primeira porta fechada que eles encontram ao tentar assumir.
João Romão diz lembrar quando se assumiu para seu pai, Devancir Romão. “Eu não consegui falar que eu era gay, e aí, fiquei tentando inventar alguma forma de colocar para fora. Então eu inventei de falar que a minha orientação sexual não era esperada pela sociedade”.
Porém, o pai reagiu de uma maneira diferente do que uma parcela dos pais costumam dizer. Ele aceitou, mas comentou: é barra, tem muito preconceito… você aceita encarar? Então vamos.
Em entrevista à CNN, João contou que, após a aprovação do pai, falou que iria adotar uma criança, o Gabriel.
“Ter um neto, o Gabriel, é muito legal. O João me mandou o registro do nascimento […] é Gabriel Rezende Romão, o meu sobrenome. Fiquei feliz da vida”, conta o agora avô.