Brasil vive transição demográfica que impactará políticas públicas, diz professor

À CNN Rádio, o professor da UFMG e membro da Comissão Consultiva do Censo 2022 Cássio Maldonado Turra explicou que queda de moradores por domicílio é fruto de diversos fatores

Amanda Garcia, da CNN
Vista aérea da cidade de São Paulo  • Diogo Moreira/Governo do Estado de São Paulo
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Após a divulgação do Censo 2022, é possível apontar que a queda da média de moradores por domicílio registrada é fruto da “transição demográfica” pela qual o Brasil passa.

É o que explica o professor da UFMG e membro da Comissão Consultiva do Censo 2022.

“Essa transição é caracterizada pela redução da natalidade e mortalidade”, disse, à CNN Rádio.

De acordo com o demógrafo, “está em processo um grande processo de envelhecimento da população”, com idosos com autonomia de saúde e financeira.

“Eles vivem em domicílios menores ou só com o cônjuge, então o número de pessoas por domicílio neste grupo etário diminui.”

Da mesma forma, outra causa é a redução do número de filhos e mesmo a separação de casais.

“Temos essas várias tendências demográficas diferentes que apontam para essa queda de moradores por habitação.”

Ao mesmo tempo, o professor aponta que o envelhecimento da população vai continuar acontecendo e, com ela, virão desdobramentos.

“O Censo materializa aquilo que já sabíamos na teoria: populações dos municípios vão começar a decrescer, até antes de 2040, com cidades diminuindo de tamanho.”

Este cenário “traz consequências para a oferta de serviços e transferência de recursos para os municípios, por exemplo.”

“Até que todo o país, na média, decresça concomitantemente ao envelhecimento da população, que traz efeitos sobre a previdência, e serviço de saúde”, completou.

Paralelamente, porém, há certo reequilíbrio das políticas públicas, já que a “redução da população infantil tende a facilitar essas políticas para o público jovem, como transferência de renda e educação”.

*Com produção de Isabel Campos