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    Brasil tem recorde de violência para desocupação de terras, diz relatório

    Cerca de 904 mil pessoas foram envolvidas nos conflitos por terra no ano passado

    Guilherme Gamada CNN , São Paulo

    No ano passado, o Brasil registrou 1.768 ocorrências de conflitos por terra — e mais de 95% são ocorrências de violências contra a ocupação e a posse de terras, de acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgados nesta quarta-feira (23). O número é o maior em 10 anos, desde o início da série histórica em 2015. 

    A maior parte dos conflitos são de violências contra a ocupação e a posse (1.680), e inclui despejos e expulsões, ameaças de despejos e expulsões, destruição de casas, roças e pertences, pistolagem, grilagem, invasões e outras violências. 

    Os registros somam 904.532 pessoas envolvidas nos conflitos por terra, de acordo com o estudo. 

    Em comparação com 2015, o aumento é de mais de 93%. Veja as ocorrências violências contra a ocupação e a posse de terras por ano: 

    • 2024:1.680
    • 2023:1.624
    • 2022: 1.530
    • 2021: 1.306
    • 2020: 1.632
    • 2019: 1.313
    • 2018: 1.016
    • 2017: 1.047
    • 2016: 1.136
    • 2015: 868

    Maranhão lidera nos conflitos por terra (363), seguido do Pará (234), Bahia (135), Rondônia (119) e Amazonas (117), de acordo com os dados. São Paulo ocupa a 17ª posição entre os estados. 

    Os dados ainda mostram que houve diminuição nas violências nos registros de expulsão, despejo judicial, ameaça de despejo, pistolagem, grilagem, invasão e destruição de pertences.

    Por outro lado, houve aumento nas ameaças de expulsão (de 98 para 245, aumento de 150%), desmatamento ilegal (150 para 209, crescimento de 39%), incêndio (91 para 194, ou 113% de aumento), e contaminação por agrotóxicos.

    Os fazendeiros são quase a metade dos agentes causadores da violência por terra (44%), sendo também os principais responsáveis pelos casos de incêndios (47%) e desmatamento ilegal (38%), de acordo com a pesquisa.  Grileiros, empresários e madeireiros completam a lista dos maiores causadores de conflitos e violências. 

    Povos indígenas continuam na liderança com 29% dos registros (481) entre os que mais sofrem violência. Na sequência estão sofridos posseiros (425) e quilombolas (221).

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