Com diminuição de mortes diárias, Manaus volta a sepultar em covas individuais

Em meio à pandemia de Covid-19, capital amazonense chegou a ter 142 enterros em um só dia; sistema de trincheira estava sendo usado

Giulia Pereira e Anna Satie,
Vista aérea de sepulturas em cemitério de Manaus, no Amazonas
Vista aérea de sepulturas em cemitério de Manaus, no Amazonas  • Foto: Bruno Kelly/Reuters (15.jun.2020)
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A Prefeitura de Manaus anunciou nesta quarta-feira (17) que deixará de usar o sistema de trincheira em sepultamentos, adotado durante a pandemia de Covid-19, depois de observar uma diminuição no número de mortes diárias.

Utilizado no cemitério Nossa Senhora Aparecida, na zona oeste da cidade, o método auxiliava na abertura de covas compartilhadas.

Antes da pandemia da Covid-19, o número médio de sepultamentos diários feitos em Manaus ficava em cerca de 30. Esta média triplicou em abril e mais que dobrou em maio, os dois meses de agravamento da pandemia de Covid-19.  

Em 26 de abril, a capital amazonense registrou um pico — 142 pessoas foram enterradas em 24 horas. Nesse mesmo mês, o prefeito Arthur Virgílio (PSDB) disse que o sistema de saúde da cidade havia colapsado e que a situação era "tétrica". "Eu diria que Manaus virou a Itália", disse ele à CNN.

O governo chegou a equipar os hospitais do estado com contêineres frigoríficos para acondicionar cadáveres.

Na terça-feira (16), o governo local registrou 39 sepultamentos nos cemitérios da capital. O comércio voltou a abrir as portas no último dia 1º e já houve registro de aglomeração nas ruas

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Amazonas é o sexto estado com mais casos da doença provocada pelo novo coronavírus. Até esta quarta, foram confirmados 59.547 diagnósticos e 2.579 mortes pela Covid-19.