Brasileira passa mal durante voo e diz ter sido abandonada no Senegal

Paraense afirma que foi deixada sem assistência e sem passagem de volta ao Brasil; família pagou mais de R$ 15 mil para tentar trazê-la para casa

Tayana Narcisa, da CNN, em Belém
Júlia Moraes passou mal durante voo de Paris para o Rio de Janeiro  • Reprodução/Redes Sociais
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Uma passageira brasileira afirmou ter sido abandonada pela companhia aérea Air France no aeroporto de Dakar, no Senegal, após passar mal durante um voo de Paris para o Rio de Janeiro.

A aeronave fez um pouso de emergência fora da rota para atendimento médico, e a passageira afirma que ficou sem apoio da companhia aérea.

Júlia Moraes é arquiteta, urbanista e artista visual de Belém (PA). Ela contou que sofreu dores abdominais e nas pernas, vômitos e sangramento durante o voo, sendo medicada com soro antes de ser retirada da aeronave.

Ao acordar, já na enfermaria do aeroporto, disse ter sido informada de que, para ir a um hospital ou hotel, teria que pagar por conta própria, assim como para comprar uma nova passagem.

“Eu fui deixada sem nenhum apoio, nenhum recurso, sem comida, sem água e sem passagem de volta. Só consegui falar com minha família pelo Wi-Fi do aeroporto. Dormi nas cadeiras do terminal desde 12 de agosto contando com a solidariedade dos funcionários, que não são da companhia aérea”, relatou nas redes sociais.

A família desembolsou R$ 15 mil para comprar uma nova passagem mas, segundo Júlia, o bilhete foi cancelado após horas de espera sem alimentação ou hidratação.

Um segundo bilhete, com voo direto para Belém, foi adquirido. Ela conseguiu embarcar na madrugada desta sexta-feira (15) e, nos últimos registros publicados nas redes sociais, informou que já estava em Portugal realizando conexão para, posteriormente, chegar a Belém, sua cidade natal.

Júlia afirma que a situação se agravou porque não houve registro oficial da companhia aérea de sua entrada no Senegal, o que levou a questionamentos da polícia e da imigração local.

“Eu só consegui passar porque estava em contato com o Suleiman, da embaixada, que me deu suporte. Eles revistaram todas as minhas coisas e pediram um registro que eu não tenho, porque estava inconsciente e não sabia de nada”, contou.

A CNN solicitou posicionamento à Air France e segundo a companhia aérea a brasileira "recebeu atendimento a bordo da aeronave por passageiros voluntários com formação médica, que concluíram que a passageira não deveria prosseguir no voo para sua própria segurança".

A nota enviada à reportagem complementa, "a companhia aérea ressalta que a decisão do desvio não programado de voo para Dacar foi tomada de acordo com os procedimentos internos de segurança, para garantir que a passageira recebesse atendimento médico adequado e que sua saúde fosse priorizada".

Por fim, a empresa afirma que "ao chegar a Dacar, ela foi atendida de forma emergencial pelos serviços médicos do aeroporto. As equipes da Air France em Dacar foram então mobilizadas para auxiliá-la. A equipe acionada cuidou das refeições da passageira, a auxiliou a contatar seus familiares e sua seguradora, e reservar hotel e passagens aéreas para continuar sua viagem para o Rio, após ser tratada e liberada pelos serviços médicos", cita trecho do posicionamento.

A Embaixada do Brasil também foi acionada, o espaço segue aberto.