Secretário: Quadrilha tinha informação privilegiada para roubo em Araçatuba
Coronel Alvaro Batista Camilo, secretário de Segurança Pública em exercício em São Paulo, disse que banco não alertou a polícia sobre grande montando financeiro no local
O secretário de Segurança Pública em exercício de São Paulo, coronel Alvaro Batista Camilo, afirmou, em entrevista à CNN, que os criminosos que atacaram bancos durante a madrugada desta segunda-feira (30) em Araçatuba, no interior de São Paulo, tinham informações privilegiadas sobre o montante financeiro no Banco do Brasil.
Houve tentativa de assalto às agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica, localizadas muito próximas uma da outra. De acordo com a Polícia Militar (PM), três pessoas morreram, cinco ficaram feridas e duas foram presas.
“Eles [os criminosos] tiveram uma informação privilegiada que o Seret [Setor de Retaguarda e Tesouraria] do Banco do Brasil tinha um volume grande financeiro, e por isso foram para a cidade. Infelizmente a segurança pública de São Paulo não tinha conhecimento de que tinha um grande montante financeiro no banco”, disse Camilo.
“A ideia é trabalhar melhor essa questão para que próximos eventos desse tipo possam ser evitadas”, completou o secretário. “Eles [criminosos] fizeram uma ação por conta dessa informação privilegiada. Outros casos semelhantes ocorridos em Ourinhos e Botucatu [também em SP], eram também tesouraria de banco que vinha para ser distribuída. Poucos funcionários têm acesso à informação. E os marginais tinham a informação, pois tinha uma tesouraria desse tipo no Banco do Brasil”.
Nas redes sociais, há imagens que mostram o uso de reféns como “escudo humano” nos carros em movimento. A informação foi confirmada pela prefeitura da cidade.

“A Polícia não vai trocar tiros quando têm reféns envolvidos. A ação em Araçatuba foi correta”, destacou o secretário em exercício.
O caso é investigado pela DEIC de Araçatuba, com apoio da 5ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Bancos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC).
Cerca de 380 homens da PM foram deslocados para Araçatuba. Os criminosos deixaram 14 explosivos espalhados em pontos da cidade. Agentes do Comando e Operações Especiais (COE) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) atuam para desativar os explosivos.
“Foi uma forma diferente [dos criminosos] atuar. A Polícia isolou e está verificando para que não machuque mais a população. A ação deve terminar nas próximas horas”, afirmou Camilo.
(*com informações de Elizabeth Matravolgyi, Julyanne Jucá, Rafaela Larada, da CNN em São Paulo)