Empresário morto em Autódromo de SP: amigo não é considerado suspeito

Principais dúvidas da investigação envolvem as declarações iniciais de Rafael, que afirmou à polícia que ele e Adalberto haviam consumido cerca de oito copos de cerveja e maconha

Thomaz Coelho e Gabriela Milanezi, da CNN, em São Paulo
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A Polícia Civil informou que Rafael Aliste, amigo do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, não é considerado suspeito no caso. Ele é tratado como testemunha e já foi submetido a uma avaliação do Núcleo de Análise Criminal e Comportamental.

Adalberto foi encontrado morto dentro de um buraco no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Um laudo toxicológico do Instituto Médico Legal (IML) não detectou a presença de álcool e drogas no corpo de Adalberto. O exame, vai contra o que disse o amigo, que já prestou dois depoimentos.

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (18), a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), e os delegados Fernando Elian, Osvaldo Nico Gonçalves, Rogério Thomaz esclareceram novos detalhes sobre o caso.

As principais dúvidas da investigação envolvem as declarações iniciais de Rafael, que afirmou à polícia que ele e Adalberto haviam consumido cerca de oito copos de cerveja e maconha, recebida de pessoas desconhecidas no evento.

Apesar da divergência, a Polícia Civil explica que o álcool pode ter sido metabolizado pelo organismo de Adalberto. Isso porque, segundo o relato, ele teria consumido quatro copos de cerveja e possivelmente ido ao banheiro depois.

Além disso, como o momento exato da morte ainda não foi definido, há possibilidade de que, nesse intervalo, o organismo tenha eliminado o álcool.

Morte "lenta e agonizante"

De acordo com  delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), a morte de Adalberto pode ter sido lenta e agonizante.

“Talvez uma morte lenta, agonizante. Ele podia estar tentando respirar”, afirmou Ivalda. O caso passou a ser investigado como homicídio.

Segundo um laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML), Adalberto foi vítima de asfixia, o que fez com que a corporação mudasse o rumo das investigações.

investigação policial avança, desvendando camadas de um caso cheio de contradições. As condições do corpo chamaram imediatamente a atenção: o empresário estava em pé, sem calça, sem tênis e sem meias.

Sêmen de laudo não é de ato sexual

A Polícia Técnico-Científica também apontou resultado positivo para PSA (Antígeno Prostático Específico), indicativo de presença de proteína do sêmen na região do pênis do empresário e esclareceu que o resultado não necessariamente indica que houve ato sexual no local.

De acordo com o Instituto de Criminalística, o PSA é uma proteína produzida pela próstata que confere viscosidade ao sêmen e fica armazenada nas vesículas seminais.

Em situações de asfixia, pode ocorrer um reflexo vagal, que provoca contrações nas vesículas seminais e leva à eliminação do líquido seminal, mesmo sem ato sexual.

Além disso, o laudo do IML não identificou a presença de espermatozoides, o que reforça que a positividade para PSA, isoladamente, não permite afirmar que houve ejaculação causada por uma relação sexual.