Justiça nega prisão domiciliar de Rodrigo Morgado, empresário preso pela PF

Rodrigo, que se autointiula como contador, foi preso em uma ação contra um esquema de lavagem de dinheiro com o uso de bets vinculado ao tráfico internacional de drogas; empresário já havia sido preso em 2025

Vitor Bonets e Giovanna Machado, da CNN Brasil*, em São Paulo
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A Justiça negou o pedido de alteração de prisão preventiva para prisão domiciliar do empresário Rodrigo Morgado, preso na última terça-feira (14) pela Polícia Federal em uma operação contra um esquema de lavagem de dinheiro com o uso de bets vinculado ao tráfico internacional de drogas.

Além da negativa de concessão domiciliar, a Justiça também foi contra o pedido de revogação da prisão preventiva de Rodrigo. A decisão de sexta-feira (17) da 5ª Vara Federal em Santos, no litoral de São Paulo, ainda cabe recurso. 

Na mesma ação da PF, intitulada de "Operação Narco Bet", o influenciador digital Buzeira também foi detido.

Quem é Buzeira e o que diz a defesa do influencer após a prisão

O empresário Rodrigo Morgado atua na internet como influenciador e acumula mais de 40 mil seguidores no Instagram. Nas redes sociais, ele se autointitula como contador e compartilha conteúdos sobre o mercado digital nas redes sociais.

De acordo com o próprio perfil, Rogrido ostenta uma vida de alto padrão e faz publicações de viagens pelo mundo, fotos em helicóptero e em lancha, além de divulgar a empresa na qual é dono, a Quadri Contabilidade e um curso na internet, onde aparecia como figura principal.

CNN tenta contato com a defesa do empresário Rodrigo Morgado. O espaço segue aberto.

Entenda a Operação Narco Bet

A Polícia Federal realizou na última terça-feira (14) uma operação contra um esquema de lavagem de dinheiro com o uso de bets vinculado ao tráfico internacional de drogas.

As investigações da polícia indicam que o grupo criminoso alvo da operação usava técnicas sofisticadas de lavagem de dinheiro, com movimentações financeiras em criptomoedas e envio de capitais de um país para outro. As ações eram feitas para ocultação da origem ilícita dos valores e dissimulação patrimonial.

A corporação investiga ainda que parte dos valores movimentados teria sido direcionada para estruturas empresariais vinculadas ao setor de apostas eletrônicas, conhecidas como Bets. 

Como resultado da operação, foram cumpridos 11 mandados de prisão:

  • Santa Catarina: Itajaí (1)
  • São Paulo: Mogi das Cruzes (4), Bertioga (2), São Paulo (3), Santos (3), Barueri (2), Birigui (1), Igaratá (1)
  • Rio de Janeiro: Rio de Janeiro (1)
  • Minas Gerais: Lagoa Santa (1)

Além dos mandados, também houve o bloqueio de bens e valores, que somam mais de R$ 630 milhões.

Prisão anterior

Rodrigo Morgado já havia sido preso pela Polícia Federal no final de abril deste ano, em uma operação contra tráfico internacional. O empresário tinha um mandado de busca e apreensão contra ele, porém, durante o cumprimento, os agentes encontraram uma arma em seu veículo.

A operação foi deflagrada para desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas, especialmente para os continentes europeu e africano.

Dias depois da prisão, a Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória ao empresário, investigado por porte ilegal de arma e envolvimento com o tráfico internacional de drogas.

Confusão com sorteio de Jeep Compass

Uma ex-funcionária da empresa de Rodrigo afirmou que ganhou um Jeep Compass em um sorteio interno no fim de 2024, mas que teve o veículo tomado após ser demitida, no litoral de São Paulo.

Segundo a mulher, o veículo, anunciado como “valendo mais de R$ 100 mil”, apresentava diversos defeitos mecânicos que geraram gastos de cerca de R$ 10 mil, sem qualquer reembolso.

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À época do caso, a trabalhadora também disse que a empresa impôs condições para que ela mantivesse o prêmio, como bater metas e organizar campanhas por conta própria. Após a demissão, segundo Larissa Amaral da Silva, o automóvel foi retirado sem autorização, mesmo com o documento em processo de transferência para seu nome.

*Sob supervisão de Carolina Figueiredo