PF busca prender 35 alvos por roubos violentos de cargas e caminhões em SP

Operação Vareio tem objetivo de encerrar atividades da organização criminosa que atua em cinco estados do Brasil

Rafael Saldanha, Gabriela Milanezi, da CNN, em São Paulo
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A Polícia Federal busca prender 35 alvos por roubos violentos de cargas e caminhões em São Paulo, durante uma operação na manhã desta terça-feira (30). Até o momento, 29 pessoas foram presas e seis pessoas continuam foragidas.

A Operação Vareio tem o objetivo de encerrar as atividades da organização criminosa que atua em cinco estados do Brasil: São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso. Ao todo, mais de 400 policiais da PF e da Polícia Militar Rodoviária cumprem 35 mandados de prisão temporária e 49 mandados e busca e apreensão.

A investigação coordenada pela Delegacia da Polícia Federal em Campinas iniciou em maio de 2024. Foi identificada uma quadrilha armada, cujos integrantes são especializados no roubo de caminhões, assim como nos desmanches dos veículos e comercialização das peças, além da lavagem de dinheiro. A organização criminosa está relacionada a pelo menos 50 crimes patrimoniais entre agosto de 2024 e junho de 2025.

A PF afirma que dois homens, apontados como líderes da organização, quando não participaram diretamente dos roubos, recrutaram integrantes para executar os crimes.

Os delitos envolviam bloqueadores de sinal de celular, o que permite desengatar o cavalo da carreta de um caminhão sem gerar alerta em centrais de monitoramento, além da locação de galpões para serem utilizados como locais para desmanche e transporte de peças com notas fiscais falsas.

Os roubos aconteciam de diversas formas: abordagem armada a veículos em movimento, falsas contratações de fretes por aplicativos e abordagem violenta a caminhoneiros em locais de descanso.

Veja alguns dos principais pontos da quadrilha identificados na investigação policial:

  • Um sócio-administrador de uma empresa de rastreamento de veículos por satélite integra a organização criminosa, o que permite acesso privilegiado a informações dos caminhões
  • Após o desmanche, as peças eram vendidas por receptadores em diversos estados, inclusive em marketplaces
  • A ocultação do dinheiro ilícito ocorrio por meio de contas bancárias de parentes, terceiros (laranjas e testas de ferro) e pessoas jurídicas
  • O objetivo da organização era o roubo de ao menos dois caminhões por semana, o que poderia gerar ganhos de mais de R$ 1 milhão por mês

Os investigados, que na maioria já registram passagens por roubo, receptação, formação de quadrilha, tráfico, ameaça, falsidade e estelionato, vão responder aos crimes de exercer o comando e integrar organização criminosa armada, lavagem de capitais por intermédio de organização criminosa, roubo e receptação, cujas penas somadas ultrapassam 40 anos de prisão.

Além das prisões e buscas também foi determinado o sequestro de bens e valores ligados à organização criminosa em um total de R$ 40.000.000,0 (quarenta milhões de reais) e a suspensão de atividades de pessoas jurídicas que comprovadamente negociaram peças de caminhões roubados ou auxiliaram na movimentação financeira da organização.