Tradicional evento de samba no Rio gera aglomeração e preocupa especialistas

O Trem do Samba teve três palcos com muitos shows e 15 rodas de música, mas os frequentadores não usavam máscaras

Thayana Araújo, da CNN, Rio de Janeiro
Samba Rio de Janeiro
Comemorção serviu de esquenta para o Carnaval do ano que vem  • Reprodução/CNN
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Uma multidão se formou na cidade do Rio de Janeiro pelo Dia Nacional do Samba, celebrado oficialmente em 02 de dezembro, mas com comemorações estendidas por todo o fim de semana. Três palcos foram montados com muitos shows e 15 rodas de sambas espalhadas na zona norte do Rio.

O evento contou com as velhas guardas das Escolas de Samba, corte do carnaval e convidados, mas poucos faziam uso de máscaras de proteção contra a Covid-19 e distanciamento social.

A organização do evento tentou garantir a máxima segurança da comemoração. “Em atendimento ao Decreto Municipal do dia 26 de agosto, de 2021, para acesso ao Trem do Samba 2021, é obrigatório a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19. A exigência do comprovante será feita.”, dizia nota da convocação para a festa.

o Rio de Janeiro, prevalece a obrigatoriedade do uso de máscara em locais abertos com aglomeração, locais fechados e transportes públicos. Ao se deparar com as imagens do samba, a virologista e pesquisadora da Fiocruz Marilda Siqueira apenas definiu em uma frase a cena: ” difícil segurar a transmissão”.

A comemoração que serviu de “esquenta” para o carnaval de 2022 preocupa não só pelos casos confirmados de variante Ômicron, seis no total, com também pelo alerta de surto de gripe feito esta semana pela Fiocruz.

O Boletim InfoGripe da Fundação indicou que 13 dos 27 estados tiveram sinais de crescimento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O aumento foi constatado em todas as faixas etárias abaixo dos 60 anos.

A Fiocruz informou que era preciso acompanhar com cautela se o surto de influenza é uma tendência a longo prazo ou algo pontual. Os sinais de crescimento foram identificados no Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, São Paulo e Rio de Janeiro.