Vereadores de SP analisam projeto que equipara carros de aplicativo a táxis
Com galerias lotadas de motoristas, sessão teve bate-boca entre Camilo Cristófaro e Fernando Holiday
Os vereadores Camilo Cristofaro (PSB) e Fernando Holiday (DEM) protagonizaram nesta quarta-feira (11) um bate-boca na Câmara de São Paulo em meio a discussão do projeto que quer limitar o número de carros de aplicativos à frota de táxis. Ambos discordam do projeto, mas com posições distintas. Nas galerias do plenário, taxistas e motoristas de aplicativos reagem a cada discurso com gritos, palmas e vaias.
Embora os dois já tenham se desentendido em outras ocasiões, o estopim hoje foi o anúncio, feito por Holiday, de que se desfilaria do DEM rasgando a ficha de filiação da legenda — a mesma de Adilson Amadeu, autor do projeto. O vereador alegou que o motivo era a discordância com o projeto. Apesar de também ser crítico ao projeto, Cristófaro defendeu Amadeu e chamou Holiday de “covarde” por se voltar contra o partido pelo qual foi eleito.
O PL 419 prevê regras mais rígidas para as empresas que fazem transporte urbano por aplicativos. Além de limitar a frota, também exigem o compartilhamento de dados da viagem como mapa do trajeto, origem e destino e avaliação do motorista pelo usuário.
A prefeitura de São Paulo estima que pelo menos 300 mil carros de aplicativo circulem pela cidade, 100 mil diariamente. Já a frota municipal conta com cerca de 40 mil táxis. Os defensores do projeto dizem que as novas regras aumentariam a transparência e reduziriam o trânsito e a poluição na cidade. Já os críticos dizem que uma lei como a proposta gerariam desemprego pra milhares de motoristas.
Desde o início da tarde, cerca de 100 motoristas de aplicativo ocuparam a frente da Câmara com bateria e caixa de som. O protesto foi convocado pelo MBL, do qual Holiday faz parte. Na galeria superior os lugares foram divididos meio a meio: 50 cadeiras para taxistas e outras 50 para motoristas de aplicativos.