Mudanças ministeriais ampliam espaço do Centrão no governo

As mudanças ministeriais,que devem ser anunciadas nos próximos dias, pretendem dar resposta às ameaças de impeachment

Basília Rodrigues, da CNN
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O centrão ampliaria espaco no governo, com o presidente do Progressistas, Ciro Nogueira, à frente da condução política de governo, na Casa Civil. Com o mesmo movimento, o governo quer atender a base no Senado, que se queixava da falta de um senador no papel de ministro. A cadeira é espinhosa, e o objetivo da mudança é cumprir a importante função de estreitar o caminho entre o Planalto e o Congresso.

 

A troca na Casa Civil, uma vez concretizada, encerra o período dos militares à frente da articulação política. Nogueira tem a missão de refazer pontes que os ex-ministros generais da pasta não conseguiram manter. Desde abril, a tarefa estava nas mãos de Luiz Eduardo Ramos, sucessor do também general, Braga Netto.

Em menos de 1 ano, Ramos terá mudado de cargo três vezes; começou como ministro da Secretaria de Governo, hoje e ao que tudo indica não por muito tempo está na Casa Civil, e deve ser alocado na Secretaria Geral da Presidência, no lugar de Onyx Lorenzoni, que assumiria a pasta do Trabalho.

Como antecipou o comentarista da CNN, Alexandre Garcia, o governo vai editar uma MP para recriar o ministério do Trabalho, extinto em um dos primeiros atos do governo, em janeiro de 2019.

À bancada, em pronunciamento, senador Ciro Nogueira (PP-PI)
À bancada, em pronunciamento, senador Ciro Nogueira (PP-PI)
Foto: À bancada, em pronunciamento, senador Ciro Nogueira (PP-PI).

A Economia, que reúne hoje também as áreas de Fazenda, Planejamento e Indústria, perderia o setor que cuida das políticas de geração de empregos. Ainda há quem queira retirar do ministro Paulo Guedes também o departamento de Comércio Exterior, o que ainda está em negociação.
Lorenzoni sairia do Planalto depois de protagonizar a entrevista em que o governo não conseguiu esclarecer o que Bolsonaro disse e realmente fez no encontro com os irmãos Miranda, os portadores da denúncia de irregularidades na compra de vacina do Covaxin. Muito amigo de Bolsonaro, Onyx pode ocupar o ministério do Trabalho, depois de já ter ocupado as pastas da Casa Civil, Cidadania e a atual Secretaria Geral da presidência.

O governo já previa uma reforma, mas não agora. A decisão de antecipar vem em um momento em que Jair Bolsonaro enfrenta baixa popularidade, desânimo de aliados e a CPI da Pandemia, que mesmo de férias não parou de gerar notícias, com exceção desta quarta-feira, em que a mudança na Esplanada roubou holofotes.

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