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    À CNN, Milton Ribeiro revela que encaminhou à CGU denúncia por “intermediação”

    Ministro da Educação falou com exclusividade à CNN, nesta quarta-feira (23), sobre áudios vazados pela Folha de São Paulo

    Renata Agostini

    Em entrevista exclusiva à analista da CNN Renata Agostini nesta quarta-feira (23), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que pediu, em 2021, à Controladoria-Geral da União (CGU), por meio do ministro Wagner Rosário, que apurasse uma possível prática ilegal envolvendo “prática de intermediação”. Assista à íntegra da entrevista no vídeo acima.

    “Sou o ministro que mandou 730 prefeitos para o TCU [Tribunal de Contas da União] em 15 meses, por desvio, por ideia de que eles estão usando de maneira errada as verbas de Educação. Em agosto de 2020, eu fui em uma determinada cidade e ouvi um comentário dessa natureza, e depois recebi uma denúncia anônima sobre uma possível prática desse tipo de intermediação. Eu reuni o meu gabinete e pedi ao meu secretário-executivo que ele reduzisse a termo oficial um documento”, explicou.

    “Em agosto do ano passado marquei reunião com o ministro da CGU, entreguei o documento e pedi que ele investigasse o documento. Ele disse que iria instaurar uma investigação sigilosa”, acrescentou.

    Ribeiro disse não poder detalhar a acusação por se tratar de investigação sigilosa, mas disse que “o assunto era que havia uma possível mediação [com o MEC], de uma conversa, que não era uma conversa que eu achava boa”.

    Questionado sobre Arilton Moura, Ribeiro disse que tinha convivência boa com o pastor.

    “Minha convivência com Arilton sempre foi boa, perfeita em termos de culto, sempre achei que era um homem que ia a cidades menores e tentava ajudar os prefeitos”, afirmou.

    Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura são os citados nos áudios divulgados pela Folha de São Paulo. Segundo o jornal, os dois religiosos têm negociado com prefeituras a liberação de recursos federais para obras em creches, escolas e compra de equipamentos de tecnologia.

    “O que acontecia por fora, que ele [Arilton] pediu dinheiro, pediu ouro, isso para mim, é novidade, vim conhecer aqui”, afirmou o ministro.

    Na noite desta quarta-feira, a CGU, em nota, confirmou o recebimento de duas denúncias em 2021 e disse ainda ter aberto um novo procedimento depois que os áudios vieram à tona.

    O pastor Gilmar Santos – citado por prefeitos como um dos participantes de evento do MEC em Brasília – que também será investigado pelo STF, divulgou uma nota em sua rede social, nesta quarta-feira (23), declarando que as afirmações veiculadas sobre sua participação em um “gabinete paralelo de pastores” são “inverdades”.

    “Nego, peremptoriamente, a falácia de que pedi, recebi, mandei pedir, ou de algum forma, contribuí, para o recebimento de propina, ou qualquer ato de corrupção junto ao Ministério da Educação, bem como ao atual ministro titular da pasta. Também ab-rogo a falácia de que faço parte de um gabinete paralelo de pastores com quaisquer das finalidades elencadas anteriormente”, disse o pastor.

    Veja abaixo a íntegra da nota da CGU:

    “A Controladoria-Geral da União (CGU) recebeu, em 27/8/2021, documentos do Ministério da Educação (MEC) relativos a duas denúncias: uma anônima que tratava de possíveis irregularidades que estariam ocorrendo em eventos realizados pelo MEC e outra sobre oferecimento de vantagem indevida, por parte de terceiros, para liberação de verbas no âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

    Diante do cenário, por determinação do Ministro da Controladoria-Geral da União feita em 15/9/2021, foi constituída comissão formada por três servidores da CGU para apurar os fatos narrados. As atividades da comissão foram realizadas entre os dias 29/9/2021 e 3/3/2022. Ao final dos trabalhos, a comissão não constatou irregularidades cometidas por agentes públicos, mas sim possíveis irregularidades cometidas por terceiros, e sugeriu o encaminhamento dos autos à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF), ante a possibilidade de ocorrência de crime por ocasião da oferta de vantagem indevida.

    No entanto, no dia 23/3/2022, em função de fatos trazidos à tona por veículos jornalísticos que apresentam relação com o objeto do trabalho realizado pela comissão mencionada no parágrafo anterior, a CGU decidiu por abrir novo procedimento, desta vez uma Investigação Preliminar Sumária (IPS), para investigar os novos fatos, em especial, o pedido de vantagem por terceiros.”

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