Auxílios anteriores não atraíram votos suficientes em Bolsonaro, diz cientista político
Rafael Cortez afirmou à CNN que o mesmo efeito pode acontecer com o aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600
O cientista político Rafael Cortez afirmou que o auxílio emergencial e o Auxílio Brasil não foram suficientes para colocar o presidente Jair Bolsonaro (PL) na liderança da eleição presidencial de 2022.
“Ajudou o governo, mas não o suficiente para alterar o cenário principal que aponta a vitória da oposição”, disse em entrevista à CNN neste domingo (17).
Para o especialista, o mesmo pode acontecer com o aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 até dezembro. A ampliação do benefício se deu por meio da PEC dos Benefícios, promulgada na quinta-feira (14).
“É uma agenda difícil porque o ex-presidente Lula tem uma marca muito forte nesse eleitorado mais vulnerável”, disse Cortez.
Segundo a última pesquisa do Datafolha, de 22 e 23 de junho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera entre os eleitores com renda familiar de até dois salários mínimos mensais. O petista tem 43% das intenções de voto, contra 16% de Bolsonaro.
O cientista político também disse que o impacto eleitoral do auxílio “deve demorar até começar o recebimento” do auxílio e a campanha de Bolsonaro explorar o tema nas eleições.
As campanhas começam em 16 de agosto. O primeiro turno da disputa está marcado para 2 de outubro.
O especialista avalia que o novo presidente só será definido no segundo turno, em 30 de outubro. “[Vitória em primeiro turno] não me parece o cenário mais provável, mas a probabilidade não é nada desprezível”, disse.
Cortez afirmou que “alguma mudança” do cenário eleitoral pode acontecer nos próximos dois meses e meio, “mas nada radical [a ponto] de mudar a polarização Lula x Bolsonaro”.
Eleitorado feminino e Bolsonaro
O presidente tem sofrido maior resistência das mulheres, que têm preferência por Lula. As eleitoras são maioria no Brasil, representando 53% do total de votantes aptos.
Para Rafael Cortez, o apoio feminino a Bolsonaro em 2018 foi impulsionado pela facada no presidente. “Agora, em 2022 não temos esse evento, então o esforço do governo tem que ser significativo”, disse.
Debate
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.
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*Sob supervisão de Ludmila Candal.