Bolsonaro acompanha 1º dia de julgamento ao lado de Jair Renan e Carlos
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal julga o ex-presidente e outros sete réus na trama golpista; Jair e Carlos foram escoltados até a casa de Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está acompanhado dos filhos Jair Renan e Carlos Bolsonaro, nesta terça-feira (2), enquanto a primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) conduz o julgamento da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado.
Os filhos de Bolsonaro foram escoltados pela segurança da família até a casa onde mora o ex-presidente. A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, não acompanha a sessão ao lado do marido e cumpre agenda na sede do PL, em Brasília.
Na noite de segunda-feira (1°), Jair Renan e Carlos Bolsonaro participaram de uma vigília com apoiadores próximo ao condomínio onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar. Horas antes do julgamento do pai, eles oraram juntos aos manifestantes e fizeram discursos alegando perseguição política.
Primeira parte
Pela manhã, Paulo Gonet, procurador-geral da República, sustentou a tese da parte acusatória no julgamento que pode condenar Bolsonaro à prisão. Entre os argumentos, ele disse que o ex-presidente incitava animosidade contra o Poder Judiciário e seus integrantes.
"O presidente incitava desabridamente a animosidade contra o poder Judiciário e os seus integrantes. A escalada verbal foi acompanhada por manifestações organizadas, em que apareciam faixas com pedido de intervenção militar", disse o PGR na sessão da Primeira Turma.
O procurador-geral da República ainda afirmou que a suposta organização criminosa formada pelos réus trabalhou, até o último momento, por uma insurgência popular.
A argumentação da acusação começou após o término da leitura do relatório do processo, realizado em cerca de 1h40 pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, relator do caso.
A sessão no STF voltou, aproximadamente, às 14h15, com as defesas dos réus. Os advogados de Cid foram os primeiros a fazer a apresentação aos ministros, pelo tenente-coronel ser colaborador no processo. A defesa tem uma hora para fazer a sustentação oral.
Quem são os réus do núcleo 1?
Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o núcleo crucial do plano de golpe conta com outros sete réus:
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
- Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; e
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Bolsonaro, candidato a vice-presidente em 2022.
Por quais crimes os réus estão sendo acusados?
Bolsonaro e o outros réus respondem na Suprema Corte a cinco crimes. São eles:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e ameaça grave;
- Deterioração de patrimônio tombado.
A exceção fica por conta de Ramagem. No início de maio, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de suspensão a ação penal contra o parlamentar. Com isso, ele responde somente aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Cronograma do julgamento
Foram reservadas pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, cinco datas para o julgamento do núcleo crucial do plano de golpe. Veja:
- 2 de setembro, terça-feira: 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
- 3 de setembro, quarta-feira: 9h às 12h (Extraordinária)
- 9 de setembro, terça-feira: 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
- 10 de setembro, quarta-feira, 9h às 12h (Extraordinária)
- 12 de setembro, sexta-feira, 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Extraordinária)