Bretas nega pedido da Lava-Jato para prender ex-deputado Francisco Floriano
Endereços ligados ao ex-parlamentar foram alvos de buscas nesta quarta-feira durante a Operação Talha
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O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, negou um pedido da força-tarefa da Lava-Jato no Rio de Janeiro para prender preventivamente o ex-deputado federal Francisco Floriano (DEM). Endereços ligados ao ex-parlamentar foram alvos de buscas nesta quarta-feira (9), durante a Operação Talha.
Na decisão, o juiz alega que os atos de corrupção narrados pelo Ministério Público Federal (MPF) não são contemporâneos, o que inviabiliza a prisão preventiva. Nas palavras de Bretas, ainda que a ocultação de patrimônio remonte aos anos de 2019 e 2020, “tais atos são insuficientes para decretar a medida severa de prisão preventiva, ou mesmo prisão temporária”.
A investigação do MPF também apura a prática de “rachadinha”. Sobre esse tema, o juiz argumenta que o crime deve ser apurado em procedimento autônomo, e reconhece uma “provável” influência de Francisco Floriano sobre assessores nomeados em outros gabinetes que realizam o pagamento de despesas do ex-parlamentar.
A pedido da Lava-jato, a 7ª Vara Federal determinou bloqueio de R$ 1,7 milhão dos investigados, além de R$ 150.000 que teriam sido recebidos como propina pela influência no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
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Também foram considerados R$ 360.800 em depósitos realizados por um ex-assessor na conta bancária do ex-parlamentar entre 2016 e dezembro de 2018; R$ 134.268 em depósitos realizados pela irmã na conta bancária do ex-deputado, entre dezembro de 2016 e julho de 2018, e R$ 241.332, total das despesas pessoais do ex-parlamentar pagas por ex-assessor, de março de 2017 a junho de 2020.
Francisco Floriano foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro em 2014. Na época ele era filiado ao PR, atual PL. O parlamentar trocou de partido durante a janela partidária de 2016, e foi para o Democratas. Ele integrava a bancada evangélica da Câmara Federal.
De acordo com o MPF, Floriano é investigado pela nomeação de diretores do Instituto Nacional de Traumatologia, pela influência direta em questões administrativas e até mesmo pela marcação de exames e cirurgias para pessoas indicadas pelo ex-parlamentar.
O ex-deputado é suspeito de exigir propina para conseguir a liberação de recursos de emendas parlamentares para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. De acordo com o MPF, esses recursos eram posteriormente desviados pela organização criminosa desarticulada nas operações da PF “Fatura Exposta e Ressonância”, de 2017 e 2018.
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Francisco Floriano não respondeu ao contato da CNN. A defesa do ex-parlamentar não foi localizada.
Procurado, o Ministério Público Federal informou que solicitou a prisão de alguns investigados por entender que existem provas que indicam a prática de atos contemporâneos de lavagem de dinheiro. Diante da negativa, o MPF interpôs o recurso cabível, que embora tenha tido a liminar indeferida, aguarda a decisão do colegiado do tribunal.