Eleições: Estados resistem à federação entre PSDB e MDB
No Pará, Alagoas e Mato Grosso do Sul, por exemplo, as duas siglas devem ser adversárias diretas em campanhas estaduais
A negociação para a formação de uma federação partidária entre PSDB e MDB já enfrenta resistências nas unidades da federação em que as duas siglas pretendem estar em palanques adversários na disputa eleitoral deste ano.
Nesta quarta-feira (2), as direções nacionais dos dois partidos anunciaram que estão em estágio inicial de negociação para uma composição federativa, com o argumento de formar uma espécie de frente de centro.
A sinalização surpreendeu dirigentes estaduais, que, segundo relatos feitos à CNN, informaram à cúpula das duas legendas que são contrários à composição.
As resistências têm ocorrido em estados, por exemplo, como Pará, Alagoas e Mato Grosso do Sul.
No Pará, o governador Helder Barbalho, do MDB, disputará a reeleição e, hoje, o nome apontado como seu principal adversário é o do ex-senador Flexa Ribeiro, um dos fundadores do PSDB.
Em Mato Grosso do Sul, o governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, pretende fazer como seu sucessor o secretário estadual Eduardo Riedel. O MDB, contudo, discute lançar a candidatura do ex-governador André Puccinelli.
Já em Alagoas, o PSDB discute lançar ao governo estadual o senador Rodrigo Cunha, mas o MDB, do governador Renan Filho, avalia a candidatura do deputado estadual Paulo Dantas, que tem o apoio inclusive de políticos de oposição.
Nesta semana, o STF (Supremo Tribunal Federal) deve analisar a legalidade das federações partidárias. No fim do ano passado, o ministro Luís Roberto Barroso determinou que a lei é válida e que as federações precisam obter registro até seis meses antes das eleições.
Por outro lado, partidos interessados nas federações partidárias querem a extensão do prazo, até agosto deste ano.
A CNN entrou em contato com as presidências do PSDB e MDB e aguarda posicionamento das legendas sobre as possíveis resistências e o impacto nas negociações.