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    Entrada do Centrão no governo dificultaria reconstrução da direita, diz cientista político

    Para Rafael Cortez, professor do IDP, ganhos políticos da reforma ministerial prevista vai além do aumento de votos no Congresso Nacional

    Pedro Jordãoda CNN , São Paulo

    A entrada de partidos do Centrão no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a reforma ministerial prevista, pode dificultar a reconstrução da direita após a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), analisa Rafael Cortez, cientista político e professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).

    Para ele, com o Republicanos entrando na base aliada, o governo ganha não somente mais apoio no Congresso Nacional, mas também a possibilidade de inviabilizar uma eventual candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República em 2026.

    “Tirando a agenda de governo [a pauta econômica], outra questão importante é pensar a política com foco mais amplo. Com a entrada desses partidos de centro-direita na base aliada, o governo ganha é dificultar a vida de reconstrução da direita agora, nesse cenário de inelegibilidade do ex-presidente Bolsonaro”, afirma Cortez.

    Atualmente, Tarcísio é visto como um dos principais possíveis herdeiros dos votos de Bolsonaro, se cacifando como um dos maiores expoentes da centro-direita.

    Por isso, para o especialista, “o partido que mais traduz esse desafio é justamente o Republicanos, porque ele tem entre os seus quadros o governador de São Paulo, que é visto como uma possível alternativa, olhando para 2026”.

    Assim, o cálculo do presidente Lula não tem sido somente visando o aumento de votos no Congresso Nacional — já que entende que a entrada do Centrão no governo não vai fazer os partidos votarem totalmente com o governo — mas a política nacional a longo prazo.

    “O que me parece que o presidente e os seus assessores políticos querem fazer é dividir essas legenda. Tem pouca expectativa que todo mundo vá votar de acordo com o governo, mas, ao gerar essas divisões internas, também há esse ganho à luz do governo, pensando na política mais ampla e não só na agenda de trabalhos legislativos”

    “[Com o Republicanos na base aliada] Ficaria muito estranho, então, o partido propor uma candidatura alternativa [ao PT] sendo que ele faz parte da base aliada”.

    *Produzido por Rafael Saldanha, da CNN

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