Governo vê alívio em adiamento de pautas da Segurança
Analista Isabel Mega, no CNN Novo Dia, traz informações de que PL Antifacção e PEC da Segurança Pública para o próximo ano pode evitar desmonte das propostas na Câmara
O governo federal recebeu com alívio a decisão de adiar para 2026 a análise do PL Antifacção e da PEC da Segurança Pública. De acordo com informações da analista de Política, Isabel Mega, ao CNN Novo Dia, o adiamento foi alinhado com o governo e é visto como positivo pelos governistas, que temem dificuldades nas relações internas e na tramitação legislativa dessas propostas.
"Para o governo é ótimo terminar o ano com conquistas aprovadas e fazer o discurso sobre segurança pública em janeiro, mês mais esvaziado", avalia a Mega.
Em relação à PEC da Segurança Pública, ainda havia preocupações do Ministério da Justiça, autor da proposta, quanto a alguns pontos do texto do relator Mendonça Filho. Já no caso do PL Antifacção, a tramitação foi considerada difícil na Câmara dos Deputados, tendo sido corrigida no Senado, na visão dos governistas.
Há um temor específico quanto ao possível "desmonte" do texto do PL Antifacção quando este retornar à Câmara dos Deputados, sob relatoria de Guilherme Derrite, que recentemente deixou o cargo de Secretário de Segurança Pública de São Paulo para retomar suas funções como deputado federal. O histórico de diálogo conturbado entre as partes interessadas no texto preocupa o governo.
O contexto eleitoral de 2026 também influencia a decisão. Segundo a analista, o ano que vem será marcado por acordos mais difíceis, especialmente no segundo semestre, tradicionalmente esvaziado devido às eleições. Qualquer votação importante precisará ocorrer no primeiro semestre, enquanto as pautas serão analisadas conforme as conveniências políticas do período eleitoral.
Segurança como pauta estratégica
Para o governo, o adiamento também representa uma oportunidade estratégica. Agora, as pautas de segurança pública poderão ser trabalhadas como bandeiras para 2026, em um campo historicamente considerado um "gargalo" para o PT.
A PEC da Segurança Pública, considerada por alguns como uma "proposta natimorta", foi sendo aperfeiçoada em comissão especial, mas ainda enfrenta desafios. O componente eleitoral, que já influencia os debates atuais, deve dominar ainda mais as discussões a partir de fevereiro de 2026.
"Mas o cenário depende muito de como vai estar o clima do recesso, o noticiário esquentando ou esfriando", explica Mega. "Como estará a relação entre o governo e a Câmara dos Deputados, para entendermos como esta pauta será guiada a partir do ano que vem".


