Marcelo Câmara é condenado a 21 anos de prisão por tentativa de golpe
Ex-assessor de Bolsonaro teria participado da elaboração de planos de motinoramento e assassinato de autoridades

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou, por unanimidade, Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), a 21 anos de prisão.
Marcelo responderá pelos cinco crimes imputados na denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República): organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio da União e deterioração de bem tombado.
Segundo a condenação, o ex-assessor coordenou as ações de monitoramento e assassinato de autoridades públicas, principalmente do ministro Alexandre de Moraes.
Ele também teria sido responsável por atuar na coleta de dados e de informações sensíveis para subsidiar as ações mais violentas do grupo.
Em voto, o ministro relator, Alexandre de Moraes, afirmou que “não há dúvidas” sobre a participação do ex-assessor na elaboração de planos para matar autoridades.
Além da pena de prisão, Câmara também poderá perder posto e patente militar e deverá pagar 120 dias-multa de no valor de um salário-mínimo.
Em nota, a defesa de Marcelo Câmara disse ter ficado "surpresa" com a decisão. "A expectativa era de que a palavra do delator pudesse ser levada em consideração e, com isso, fosse reconhecida a total inocência do coronel Câmara. Seguimos confiando no Supremo e manejaremos os recursos cabiveis para reparar essa injustiça", disse o advogado Eduardo Kuntz.
Este foi o último núcleo dos acusados pela trama golpista a ser julgado pelo STF. Foram cinco condenados, que se somam aos outros 24 já responsabilizados.
As penas definidas pela Corte variam de 1 ano e 11 meses a 27 anos e 3 meses de prisão, esta última aplicada ao próprio Bolsonaro, considerado o líder da organização criminosa.
Dentre todos os réus, somente dois foram absolvidos: o general Estevam Cals Theophilo, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército e o delegado Fernando Sousa de Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça.


