MP e Polícia Civil fazem buscas em gabinete de deputado distrital em Brasília
Servidores são acusados de assinarem a folha de ponto e não irem trabalhar; funcionários teriam repassado parte do pagamento para deputado Daniel Donizet (PL)
A Polícia Civil do Distrito Federal e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagraram, nesta terça-feira (14), a operação Melinoe.
As autoridades fizeram buscas no gabinete do deputado Daniel Donizet (PL), e na Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde investigam servidores acusados de assinarem a folha de ponto e não comparecerem para trabalhar. E ainda, apuram a prática de “rachadinha”.
As investigações começaram em 2019 após denúncias de que os servidores do gabinete do parlamentar não estavam trabalhando.
Os funcionários teriam ainda repassado parte do pagamento para o deputado Donizet através do chefe de gabinete, na chamada rachadinha.
As diligências permitiram obter elementos que comprovam que os servidores não apareciam para trabalhar na Câmara, muito antes da pandemia de Covid-19 – o que demonstraria coerência e compatibilidade com as informações de quem denunciou o caso.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na Câmara Legislativa, e em endereços dos investigados no Distrito Federal e Goiás.
O termo Melinoe faz alusão à deusa grega dos fantasmas.
A CNN procurou o deputado Daniel Donizet e a Câmara Distrital para comentar a operação.
Em nota, o deputado afirmou “com muita tranquilidade, que as denúncias são completamente infundadas”. “Ainda não tive acesso ao inquérito policial para entender o que motivou as buscas realizadas”, complementou.
Daniel Donizet informou que está em contato com seu advogado, e, assim que tiver o conteúdo das investigações, irá publicar nota de esclarecimento.
A Câmara Distrital ainda não retornou o pedido da CNN.
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (7), a Operação Bancarrota contra suspeita de corrupção por parte de gráficas que imprimiam as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A ação investiga favorecimento de empresas por parte de servidores do Inep entre 2010 e 2018. • Vianey Bentes
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A investigação, feita em conjunto pela PF e CGU, aponta para um superfaturamento de R$ 130 milhões nos contratos investigados. A PF apontou um enriquecimento ilícito de R$ 5 milhões dos servidores do Inep suspeitos de participação. • Polícia Federal
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"Os contratos sob investigação totalizaram pagamentos, desde 2010, de aproximadamente R$ 880 milhões", apontou a investigação que partiu de auditoria da CGU feita em 2019.
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No total, são cumpridos 41 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Os envolvidos são acusados dos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, crimes da lei de licitações e lavagem de dinheiro. As penas podem ultrapassar 20 anos de prisão. • Polícia Federal