PF indicia dois servidores por fraude para aquisição de software espião

STF retirou o sigilo do relatório final da Polícia Federal nesta quarta-feira (18)

Leticia Martins e Douglas Porto, da CNN, São Paulo
Brasília 02/03/2023 - Fachada do prédio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)  • Antonio Cruz/Agência Brasil
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A Polícia Federal (PF) indiciou os servidores Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Izycki da 'Abin paralela' por fraude em licitação para aquisição de software espião.

A informação consta no relatório da corporação, que teve sigilo retirado nesta quarta-feira (18) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após "a constatação de vazamentos seletivos de trechos do relatório policial, que resultaram em matérias contraditórias na imprensa."

"Diante do exposto, os investigados RODRIGO COLLI e EDUARDO ARTHUR IZYCKI restam INDICIADOS nos seguintes tipos penais: 2855. Art. 337-F do Código Penal (Fraude em licitação ou contrato) (antigo Art. 90 da Lei nº 8.666/93): Pela participação, em tese, na tentativa de fraudar o Pregão Eletrônico nº 18/2018 do Exército Brasileiro ao oferecerem produto (Cerbero) desenvolvido por empresa (ICCIBER) gerida ocultamente por eles, servidores da ABIN, em violação às regras de licitação e probidade", cita o relatório.

O sigilo do inquérito da Abin Paralela foi retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

De acordo com o STF, a decisão de retirar o sigilo "foi tomada após a constatação de vazamentos seletivos de trechos do relatório policial, que resultaram em matérias contraditórias na imprensa."

A PF aponta os seguintes nomes como principais envolvidos:

  • Alexandre Ramagem: apontado como líder operacional da estrutura criminosa na ABIN;
  • Carlos Bolsonaro: tido como idealizador da estrutura paralela;
  • Jair Bolsonaro: apontado como beneficiário direto das operações;
  • Diversos policiais federais e servidores da ABIN: envolvidos na execução e blindagem da estrutura.