Planalto só vai vetar "fundão eleitoral" se valor for “esdrúxulo”, dizem fontes

Relator do Orçamento, Luiz Carlos Motta, deve apresentar ainda hoje (19) o seu texto para que seja votado amanhã na comissão mista de Orçamento

Raquel Landim e Pedro Venceslau, da CNN, São Paulo
Vista dos arcos do Palácio do Planalto, sede do poder Executivo, com detalhe da sombra de um homem em uma das pilastras
Vista dos arcos do Palácio do Planalto  • Dida Sampaio/Estadão Conteúdo - 25.jun.2013
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O Palácio do Planalto só vai vetar o “fundão eleitoral” se o valor for “esdrúxulo” e tiver alguma inconstitucionalidade no texto, disseram à CNN fontes do governo.

O relator do Orçamento, Luiz Carlos Motta, deve apresentar ainda nesta terça-feira (19) o seu texto para que seja votado amanhã na comissão mista de Orçamento. A tendência é que fique em R$ 4,9 bilhões, mas valor pode cair.

O valor é o mesmo gasto na última eleição presidencial em 2022 e mais que o dobro dos R$ 2 bilhões gastos nas eleições municipais em 2020.

A Câmara vinha defendendo o montante mais alto, enquanto o Senado preferia R$ 2 bilhões.

A avaliação do Planalto é que se trata de um embate dentro do próprio Legislativo, que pode respingar no presidente Lula. O Executivo quer evitar comprar brigas com o Congresso.

Bolsonaro chegou a vetar um “fundão eleitoral”, apenas para ter seu veto derrubado com o apoio do seu próprio partido. O PT, de Lula, também apoia o “fundão eleitoral”.

Especialistas ouvidos pela CNN afirmam que não faz sentido gastar o mesmo dinheiro com eleições presidenciais e municipais. Embora o número de candidatos seja maior nas eleições municipais, eles se deslocam muito menos.

Algumas candidaturas não chegam a receber recursos, porque os partidos privilegiam eleições em capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, o que gera reclamações dos parlamentares.

Os especialistas ponderam, no entanto, que o maior problema é a ausência de um critério para o fundo eleitoral, como, por exemplo, um valor por eleitor.