Relatório final da CPI é inconsistente por acusar demais, diz Marcos Rogério

Relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi aprovado ontem na última sessão da CPI; documento pede indiciamento de 80 nomes, incluindo Bolsonaro
Elis Franco e Rafaela Lara, da CNN, em São Paulo
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O senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou em entrevista à CNN nesta quarta-feira (27) que o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, aprovado ontem por 7 votos a 4, é inconsistente por acusar demais.

O relatório final, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), pede o indiciamento de 78 pessoas e duas empresas – entre eles, há o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro.

No documento também há pedidos de indiciamento de ministros e ex-ministro do governo Bolsonaro, além de apoiadores que teriam propagado fake news sobre a pandemia.

"O relatório é absolutamente inconsistente. Quem acusa demais, aproveita de menos. O relator [Renan Calheiros] colocou tinta demais na caneta em um relatório político e dentro de uma concepção pré-eleitoral. Ele chegou ao ponto de acusar o presidente de causar pandemia. Não sei como eles chegaram a esta conclusão", disse Marcos Rogério.

Na avaliação do senador da base governista, o relatório votado e aprovado ontem na CPI "peca em dois sentidos": "nasce com o objetivo de investigar e não investiga. E é um relatório que não para em pé na avaliação jurídica."

Senador Marcos Rogério (DEM-RO), integrante da CPI da Pandemia / CNN Brasil (27.out.2021)
Senador Marcos Rogério (DEM-RO), integrante da CPI da Pandemia / CNN Brasil (27.out.2021)

Para o parlamentar, o documento "nasce engavetado" diante do que avaliou como "acusações sem robustez probatória".

"O relatório já nasceu engaveta e quem engavetou foi o G7 [senadores que formam a cúpula da CPI]. Eles não investigaram, dificultaram acesso às provas e protegeram acusados", concluiu Marcos Rogério.