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    Sósia de “viking do Capitólio” participa de ato ao lado de Daniel Silveira em Niterói

    Apoiador do deputado federal usou cocar, chifres e pintou o rosto de verde e a amarelo, assim como Jacob Anthony Chansley, condenado a 41 meses de prisão nos EUA

    Carolina Fariasda CNN , São Paulo

    Em ato de apoio ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro na manhã deste domingo (1), o parlamentar teve ao seu lado enquanto discursava para apoiadores um homem que usava chifres, peles e um cocar indígena com o rosto pintado de verde e amarelo.

    A fantasia faz uma alusão a Jacob Anthony Chansley, conhecido como “Jake Angeli”, preso e condenado pela invasão do Capitólio — sede do Congresso dos Estados Unidos — no dia 6 de janeiro de 2021. No Brasil, ele ficou conhecido como “viking do Capitólio” por causa da vestimenta.

    O americano, que se autodenominava “xamã do QAnon” – a QAnon é apontada como uma fação de extrema direita – usava um adereço similar a um cocar, porém, de peles, e também com chifres.

    Ele carregava uma lança e estava com o rosto pintado com a bandeira dos Estados Unidos. A imagem dele viralizou e rodou o mundo.

    O apoiador que apareceu ao lado de Silveira hoje no ato segurava a bandeira do Brasil e entregou ao parlamentar bolsonarista uma placa que imita as usadas para nominar as ruas do Rio de Janeiro com a descrição: “Rua Dep. Daniel Silveira, deputado, mártir, defensor da liberdade, da vida e dos direitos individuais, preso injustamente por crime de opinião”.

    Questionado pela CNN, o deputado Daniel Silveira disse não saber quem é o sósia de Jacob Chansley que aparece a seu lado.

    Silveira foi eleito em 2018 e uma das imagens mais representativas de sua campanha é a que ele aparece com uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco quebrada por ele. Marielle, que era do PSOL, foi assassinada em março de 2018.

    Na placa entregue ao deputado na manifestação o apoiador se identifica por um perfil no Instagram como Julio Monteiro.

    O invasor do Capitólio foi sentenciado a 41 meses de prisão.

    Chansley foi um dos primeiros 30 manifestantes a entrar no Capitólio e sua imagem foi considerada uma das mais emblemáticas da invasão.

    Os promotores que o acusaram em tribunal dos EUA o classificaram como símbolo de uma multidão bárbara.

    O Departamento de Justiça pediu que Chansley recebesse uma sentença severa para dar o exemplo aos manifestantes.

    Veganismo e greve de fome nos EUA

    Os milhões de prisioneiros nos Estados Unidos são alimentados com sanduíches de mortadela e frutas enlatadas, o que foi negado pelo “viking do Capitólio”.

    Até seu julgamento, Chansley foi alimentado apenas com comida orgânica.

    Ele conseguiu uma ordem judicial para receber alimentos orgânicos após vários pedidos e uma aparente greve de fome.

    Chansley alegou que alimentos não orgânicos eram contra sua religião e o deixavam doente.

    A decisão judicial provocou críticas sobre um possível privilégio no sistema carcerário americano.

    “O fato de este homem ter esse tipo de preferência mostra o duplo padrão no sistema de justiça criminal e no sistema de detenção”, disse o Reverendo Al Sharpton, ativista pelos direitos civis.

    Os advogados do manifestante argumentaram que ele precisava de uma dieta orgânica por causa de sua fé no xamanismo, uma ideologia que é “centrada na crença em fenômenos sobrenaturais como o mundo dos deuses, demônios e espíritos ancestrais”.

    Sharpton, ativista dos direitos civis bastante conhecido nos EUA, disse que algumas prisões podem respeitar o pedido de um preso, especialmente se for uma dieta de base religiosa

     

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