STF concorda com Tarcísio e mantém veto a inspeções periódicas de elevadores

Pelo projeto, responsabilidade de verificação seria do Corpo de Bombeiros; tribunal entendeu que assunto deve ser decidido por cada município

Aline Fernandes, colaboração para a CNN, São Paulo
Ministro Luís Roberto Barroso durante audiência com governador de São Paulo Tarcísio de Freitas e a Procuradora-Geral do Estado de SP Inês Coimbra, em 04 de junho de 2024.
Tarcísio durante audiência com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso; Supremo concordou com argumentos do governador em ação  • 04/06/2024 - Antonio Augusto/SCO/STF
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Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve o veto integral do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a um projeto de lei complementar que previa inspeções periódicas nos elevadores em todo o estado.

A decisão ocorreu durante o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1078, em sessão virtual encerrada no fim de junho.

Trabalho dos bombeiros

A norma alterava o Código Estadual de Proteção Contra Incêndios e Emergências e incluía entre as atribuições do Corpo de Bombeiros a fiscalização da manutenção dos elevadores.

Responsabilidade do município

Ao argumentar pelo veto, o governador disse que esse tipo de norma é de interesse local e, por isso, deve ser proposta pelos municípios.

Questionamento sobre prazo

Na ADPF, a Associação Brasileira das Empresas de Elevadores (Abeel) argumentava que o veto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) um dia depois do prazo constitucional de 15 dias úteis a partir do recebimento do projeto de lei complementar.

O relator, ministro Edson Fachin, observou que a data do veto não pode ser confundida com a data de sua publicação.

Ele explicou que a Constituição Federal estabelece o prazo de 15 dias úteis para o exercício do poder de veto e de 48 horas para a respectiva comunicação ao Poder Legislativo, mas não faz nenhuma referência à publicação do ato.

Ele destacou ainda que, de acordo com a jurisprudência do STF, o prazo para deliberação do chefe do Executivo começa a contar no dia útil seguinte ao do recebimento do projeto de lei.

No caso, o projeto foi recebido em 12 de janeiro de 2023 e, em 3 de fevereiro, o veto foi comunicado ao Legislativo – portanto, dentro do prazo constitucional.