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Incompatibilidade genética impede gravidez de Mariana Rios; entenda quadro

A atriz falou em podcast sobre sua tentativa de gerar o primeiro filho com o namorado João Luis Diniz

Gabriela Maraccini, da CNN
Mariana Rios e Juca Diniz
Mariana Rios e Juca Diniz  • Reprodução/Instagram
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A atriz Mariana Rios, 39, revelou que ela e o namorado, João Luis Diniz D'Avila, têm incompatibilidade genética e que isso estaria a impedindo de engravidar. O relato aconteceu durante participação no podcast "Grande Surto", apresentado por Fernanda Paes Leme, 41.

No programa, Mariana falou sobre seu processo de fertilização in vitro (FIV) para tentar gerar seu primeiro filho com Diniz. A atriz contou que, assim que foram gerados os embriões que seriam implantados, houve um teste para identificar se eles teriam chance de sucesso. O teste concluiu que o casal era portador do mesmo gene recessivo e que, se os embriões recebessem o mesmo gene, a gravidez não se concretizaria.

"Eles tiveram que passar por um teste genético, que você pode ou não fazer. No meu caso, precisei fazer porque eu e meu namorado temos uma incompatibilidade genética, [uma chance de] um em um milhão", conta.

O que é incompatibilidade genética?

De acordo com Edward Carrilho, especialista em reprodução assistida na Fertility, do FertGroup, a incompatibilidade genética é uma condição rara, na qual o casal pode herdar combinações e alterações genéticas que aumentam as chances de embriões com problemas.

"Isso pode levar a maiores dificuldades para gerar uma criança, maior risco de aborto e menor sucesso tanto em tratamentos de reprodução assistida quanto em gestações naturais", afirma Carrilho.

Segundo o especialista, existem diferentes tipos de incompatibilidade genética, como:

  • Mutações em genes recessivas: quando apresentada pelos dois pais, pode gerar uma criança com uma síndrome genética. Essa condição pode ser identificada pelos antecedentes familiares ou por testes chamados painéis de compatibilidade genética (carrier screening);
  • Alterações cromossômicas balanceadas: ocorre quando um dos parceiros é portador de uma condição chamada "translocação balanceada", podendo gerar embriões com alterações desequilibradas, levando a aborto espontâneo e falhas de tratamentos. Essa condição pode ser identificada em um exame de sangue do casal chamado de cariótipo.

Como a incompatibilidade genética pode ser identificada?

A incompatibilidade genética pode ser identificada durante o exame de cariótipo do casal. "É um exame simples de sangue para doenças genéticas recessivas", afirma Carrilho. "Hoje temos a disponibilidade dos painéis de compatibilidade genética, que podem identificar os riscos possíveis para os futuros filhos desse casal. Geralmente, é usado para casais com antecedentes ou casamentos consanguíneos", completa.

Qualquer casal que queira engravidar pode fazer o teste de compatibilidade genética, mas ele é especialmente recomendado em casos de aborto espontâneo de repetição sem causa definida, em casos de casamentos consanguíneos, em pessoas com histórico familiar de mutações genéticas ou casais que já tiveram filhos com malformação ou atraso no desenvolvimento.

Quais são as opções de tratamento possíveis?

Quando a incompatibilidade genética é identificada em um casal, a solução pode ser um tratamento de FIV com teste genético pré-implantacional -- ou seja, um teste é feito para identificar quais embriões possuem a mutação genética específica do casal. Isso permite a identificação de embriões saudáveis, sem as mutações detectadas nos pais, diminuindo a possibilidade de que a condição seja passada para o filho do casal, além de aumentar as chances de sucesso da gestação.

"Para realizarmos o estudo dos embriões, necessariamente precisamos fazer um tratamento de fertilização in vitro onde podemos, com auxílio de técnicas de micromanipulação, realizar a retirada de algumas células dos embriões para analisar geneticamente a procura de um embrião sem a condição identificada nos pais", explica Carrilho.

Outra opção possível é a doação de óvulos e esperma como forma de gerar filhos saudáveis. "Em algumas situações, a dificuldade da produção de embriões por um casal pode tornar muito difícil e custoso encontrar um embrião saudável. Quadros de baixa reserva ovariana ou produção deficiente de espermatozoides podem indicar o uso de doadores", afirma o especialista.