Liberação do uso de máscaras é "precipitada e irresponsável", diz infectologista

À CNN Rádio, Alexandre Naime afirmou que a não-obrigatoriedade das máscaras depende da análise de quatro variáveis

Amanda Garcia e Isabel Campos, da CNN, em São Paulo
Distribuição de máscaras no metrô de Salvador, Bahia  • Paula Fróes/Governo da Bahia
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A liberação do uso de máscaras de proteção contra a Covid-19, estipulada pelo município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, é “precipitada e irresponsável”, de acordo com o infectologista Alexandre Naime, em entrevista à CNN Rádio.

Ele reforça, porém, que “é importante” que cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis estejam promovendo estudos para avaliar esta possibilidade.

Naime explica que a não-obrigatoriedade das máscaras depende de quatro variáveis.

“A taxa de transmissão é uma delas, que é o quanto que uma pessoa transmite para outra, por exemplo, se ela é de 1,02, na prática, 100 pessoas transmitem para outras 102 por dia.”

O ideal, segundo o infectologista, é que este número esteja em 0,5 ou 0,4 para se começar a pensar a em flexibilização.

“As outras três são a taxa de internação, números de óbitos e número de pessoas vacinadas. São esses os estudos que devem ser feitos para que se enxergue a curto e médio prazo para ver se é seguro ou não liberar as máscaras”, explicou.

Novas variantes

Alexandre Naime também destacou que é “improvável que novas variantes com o impacto da Gama ou da Delta sujam neste cenário com a população-alvo altamente vacinada.”

No entanto, ele fez uma ressalva: “O medo não é mais o Brasil, mas, sim, locais em que há menos de 5% das pessoas vacinadas, como Haiti, porque existe falta de equidade ao acesso às vacinas.”