OMS anuncia reunião para avaliar se Covid-19 ainda representa emergência global
Número de mortes semanais pela infecção por coronavírus aumentou nas últimas semanas, segundo a OMS
Desde o início de dezembro de 2022, o número de mortes semanais por Covid-19 relatadas à Organização Mundial da Saúde (OMS) vem aumentando. No total, nas últimas oito semanas, mais de 170 mil pessoas morreram em consequência da infecção no mundo.
O alerta é do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, que afirmou à imprensa nesta terça-feira (24) que o número real de óbitos pode ser ainda maior.
“Quase exatamente três anos depois de declarar uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, nosso mais alto nível de alerta, esta semana o Comitê de Emergência sobre Covid-19 se reunirá para discutir se a situação atual ainda constitui uma emergência global”, disse Adhanom. “Embora não vá antecipar o conselho do Comitê de Emergência, continuo muito preocupado com a situação em muitos países e com o número crescente de mortes”, completou.
O diretor-geral da OMS destacou a baixa cobertura vacinal, principalmente em relação às doses de reforço.
“Embora estejamos claramente em melhor condição do que três anos atrás, quando esta pandemia nos atingiu pela primeira vez, a resposta coletiva global está mais uma vez sob tensão. Poucas pessoas – especialmente idosos e profissionais de saúde – estão vacinadas adequadamente. Muitas pessoas estão atrasadas em seus reforços”, disse.
Adhanom ressaltou que a Covid-19 ainda impacta sistemas de saúde e que a disponibilidade de acesso aos serviços ainda é desigual.
“Para muitas pessoas, os antivirais continuam caros e fora de alcance. E muitas pessoas não recebem os cuidados adequados. Sistemas de saúde frágeis estão lutando para lidar com o fardo da Covid-19, além de cuidar de pacientes com outras doenças, incluindo gripe e vírus sincicial respiratório”, apontou.
A OMS avalia que a vigilância e o sequenciamento genético diminuíram drasticamente, tornando mais difícil rastrear as variantes do coronavírus conhecidas e detectar novas linhagens virais.
“Há uma torrente de pseudociência e desinformação circulando, o que está minando a confiança em ferramentas seguras e eficazes para a Covid-19. Minha mensagem é clara – não subestime esse vírus, ele nos surpreendeu e continuará a nos surpreender e continuará a matar, a menos que façamos mais para levar ferramentas de saúde às pessoas que precisam delas e combater de maneira abrangente a desinformação”, disse Adhanom.