Pelo menos 730 morreram em fila de espera de hospitais no RJ, diz Defensoria
Ainda de acordo com o órgão, outras 104 pessoas morreram em unidades de atenção básica

Pelo menos 730 pessoas morreram à espera de internação em leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e nas enfermarias dos hospitais públicos do Rio de Janeiro desde o início da pandemia de Covid-19. O levantamento foi feito pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, mas o órgão acredita que esse número possa ser ainda maior, ultrapassando 800 vítimas fatais.
Ainda de acordo com o órgão, outras 104 pessoas morreram em unidades de atenção básica, antes mesmo que o pedido de transferência para um hospital fosse formalizado no Sistema Estadual de Regulação (Sisreg).
Os números levantados pela Defensoria Pública se baseiam em números apurados entre abril e junho, momento de pico da doença, quando o estado viveu o período mais severo das medidas restritivas de distanciamento social.
Leia também:
Edmar Santos, ex-secretário de Saúde do Rio, vira réu por organização criminosa
Alvos de prisão por fraude na saúde do Rio são investigados pelo MP há 6 anos
A Defensoria Pública pediu na terça-feira (22) que o Judiciário obrigue o estado explicar os critérios de formulação dos dados de saúde divulgados pelo governo durante a pandemia. O documento pede que Executivo esclareça como foram calculadas a taxa de ocupação de leitos e a incidência de óbitos motivados por Covid-19 nos 92 municípios fluminenses.
Durante aquele que foi, até aqui, o pico da doença no Rio de Janeiro, as UTIs dos hospitais públicos tiveram taxa de ocupação superior a 90%. Nas enfermarias, o patamar de ocupação superou os 75%.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou que não tem detalhes do levantamento e não recebeu nenhuma notificação judicial com base na ação da Defensoria.