Cientistas não esperavam que as imagens do Webb de Júpiter fossem tão boas

Planeta é difícil de traduzir em fotografias por causa da rapidez com que gira; por isso, especialistas da Nasa formaram retratos compostos do telescópio

Madeline Holcombe, da CNN
Imagens de Júpiter retiradas pelo telescópio James Webb  • Reprodução/Nasa Webb Telescope
Compartilhar matéria

Auroras de arco-íris, tempestades gigantes e galáxias distantes estão em exibição nas últimas imagens de Júpiter do Telescópio Espacial James Webb da Nasa.

"Nós realmente não esperávamos que [as fotos] fossem tão boas, para ser honesto", disse o astrônoma planetária Imke de Pater, professora emérita da Universidade da Califórnia, Berkeley, em um comunicado à imprensa.

De Pater e Thierry Fouchet, professor do Observatório de Paris, conduziram observações do maior planeta do nosso sistema solar usando o telescópio – que é resultado de um esforço internacional da Nasa, da Agência Espacial Europeia e da Agência Espacial Canadense.

Crédito/Nasa Webb Telescope
Crédito/Nasa Webb Telescope

Mostrando uma imagem que se move de laranja e amarelo nos polos de Júpiter para azuis e roxos em direção ao centro, várias fotografias tiradas pelo Webb se juntaram para formar uma composição geral e dar à Terra uma visão do gigante gasoso.

Também é possível ver anéis fracos e galáxias distantes "fotobombando" no fundo, de acordo com a NASA.

E a famosa Grande Mancha Vermelha de Júpiter - uma tempestade grande o suficiente para engolir a Terra - aparece em branco nesses retratos.

"As numerosas 'manchas' e 'estrias' brancas brilhantes são provavelmente topos de nuvens de alta altitude de tempestades convectivas condensadas", explica Heidi Hammel, cientista interdisciplinar do Webb para observações do sistema solar e vice-presidente de ciência da Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia.

Crédito/Nasa Webb Telescope
Crédito/Nasa Webb Telescope

Os cientistas colaboraram com a cientista cidadã Judy Schmidt para traduzir os dados e formar as imagens compostas do telescópio, que ajudam a dar uma visão melhor da vida em Júpiter, acrescenta a Nasa.

Júpiter é difícil de traduzir em imagens por causa da rapidez com que gira, aponta Schmidt, que mora em Modesto, Califórnia.

"Esta imagem resume a ciência do nosso programa do sistema de Júpiter, que estuda a dinâmica e a química do próprio Júpiter, seus anéis e seu sistema de satélites", resume Fouchet.

Mas Júpiter não é o único assunto de Webb. O telescópio espacial está usando luz infravermelha para revelar aspectos invisíveis do universo.

O desenvolvimento do principal observatório espacial do mundo começou em 2004 e, após anos de atrasos, o telescópio e seu enorme espelho de ouro finalmente foram lançados em 25 de dezembro de 2021.

O telescópio observará todas as fases da história cósmica, incluindo os primeiros brilhos após o Big Bang que criou nosso universo e a formação das galáxias, estrelas e planetas que o preenchem hoje.

O aparelho também está descobrindo e observando sistemas exoplanetários, cada um composto por um planeta fora do nosso sistema solar e sua estrela hospedeira.

Alguns desses são potencialmente habitáveis, e espiar sua atmosfera pode revelar pistas na busca contínua por vida fora da Terra.

*Ashley Strickland e Megan Marples da CNN contribuíram para essa reportagem.

Esse conteúdo foi publicado originalmente em
inglêsVer original