Cientistas se preparam para reiniciar acelerador de partículas em busca de “matéria escura”
Grande Colisor de Hádrons permitiu a descoberta da partícula subatômica Bóson de Higgs
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Maior acelerador de partículas do mundo iniciará religamento • Samuel Joseph Hertzog/CERN
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Ele permaneceu desligado para manutenção e atualização; pausa foi prolongada pela pandemia da Covid-19 • Marzena Lapka/CERN
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Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) permitiu a confirmação da existência do Bóson de Higgs, uma partícula subatômica • Maximilien Brice/CERN
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Colisor é operado pela Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN) • Claudia Marcelloni/CERN
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Cristal cintilador "brilha" quando uma partícula de alta energia ou fóton passa por ele • Maximilien Brice/CERN
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Acelerador deve ser desligado para novas obras em 2025, e as atividades devem ser retomadas em 2027 • CERN
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Acionamento da máquina é um processo delicado e complexo, que exige o cumprimento de diversas etapas • Maximilien Brice/CERN
Cientistas no centro de pesquisas em Física da Europa acionarão o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) nesta semana – uma máquina de 27 quilômetros de extensão que encontrou a partícula Boson de Higgs – após ter sido desativada para manutenções e atualizações, em uma prolongada por atrasos causados pela pandemia da Covid-19.
Reiniciar o colisor é um processo complexo, e os pesquisadores do centro da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN) têm garrafas de espumante prontas para o momento em que a marca for atingida, uma conquista que se juntará a outras da sala de controle, incluindo a descoberta da esquiva partícula subatômica há uma década.
“Não é apertar um botão”, disse Rende Steerenberg, encarregado pela sala de controle das operações, à Reuters. “Há um sentimento de tensão, nervosismo”. As potenciais falhas incluem a descoberta de uma obstrução, o encolhimento dos materiais devido à variação de temperatura de quase 300°C, e dificuldades com os milhares de ímãs que ajudam a manter bilhões de partículas em um feixe organizado enquanto circulam no túnel do colisor, localizado no subterrâneo da fronteira entre a Suíça e a França.
Steerenberg disse que o sistema deve operar “como uma orquestra.”
“Para que o feixe passe, todos esses ímãs devem exercer as funções corretas, nas coisas corretas e na hora correta”, ele afirmou.
A sequência de colisões LHC observadas no CERN entre 2010 e 2013 mostraram provas da existência da partícula Bóson de Higgs, estudada há muito tempo, que juntamente com seu campo de energia conectado, pode ter sido vital para a formação do universo após o Big Bang há 13,7 bilhões de anos.
Mas ainda há muito para ser descoberto.
Físicos esperam que a retomada das colisões os ajudará na busca pela chamada “matéria escura”, que está além do universo visível. Acredita-se que a matéria escura é cinco vezes mais presente que a matéria comum, mas não absorve, reflete ou emite luz. Pesquisadores estão, até o momento, de mãos vazias.
“Estamos aumentando o número de colisões drasticamente, e então a probabilidade de novas descobertas também aumentará”, declarou Steerenberg, que acrescentou que o colisor deve continuar ativo até o próximo desligamento, entre 2025-2027.