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    Cientistas se preparam para reiniciar acelerador de partículas em busca de “matéria escura”

    Grande Colisor de Hádrons permitiu a descoberta da partícula subatômica Bóson de Higgs

    Cecile MantovaniEmma Fargeda Reuters , Em Previssin

    Cientistas no centro de pesquisas em Física da Europa acionarão o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) nesta semana – uma máquina de 27 quilômetros de extensão que encontrou a partícula Boson de Higgs – após ter sido desativada para manutenções e atualizações, em uma prolongada por atrasos causados pela pandemia da Covid-19.

    Reiniciar o colisor é um processo complexo, e os pesquisadores do centro da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN) têm garrafas de espumante prontas para o momento em que a marca for atingida, uma conquista que se juntará a outras da sala de controle, incluindo a descoberta da esquiva partícula subatômica há uma década.

    “Não é apertar um botão”, disse Rende Steerenberg, encarregado pela sala de controle das operações, à Reuters. “Há um sentimento de tensão, nervosismo”. As potenciais falhas incluem a descoberta de uma obstrução, o encolhimento dos materiais devido à variação de temperatura de quase 300°C, e dificuldades com os milhares de ímãs que ajudam a manter bilhões de partículas em um feixe organizado enquanto circulam no túnel do colisor, localizado no subterrâneo da fronteira entre a Suíça e a França.

    Steerenberg disse que o sistema deve operar “como uma orquestra.”

    “Para que o feixe passe, todos esses ímãs devem exercer as funções corretas, nas coisas corretas e na hora correta”, ele afirmou.

    A sequência de colisões LHC observadas no CERN entre 2010 e 2013 mostraram provas da existência da partícula Bóson de Higgs, estudada há muito tempo, que juntamente com seu campo de energia conectado, pode ter sido vital para a formação do universo após o Big Bang há 13,7 bilhões de anos.

    Mas ainda há muito para ser descoberto.

    Físicos esperam que a retomada das colisões os ajudará na busca pela chamada “matéria escura”, que está além do universo visível. Acredita-se que a matéria escura é cinco vezes mais presente que a matéria comum, mas não absorve, reflete ou emite luz. Pesquisadores estão, até o momento, de mãos vazias.

    “Estamos aumentando o número de colisões drasticamente, e então a probabilidade de novas descobertas também aumentará”, declarou Steerenberg, que acrescentou que o colisor deve continuar ativo até o próximo desligamento, entre 2025-2027.

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