Paris: Degustação do Lilí entrega elegância em pratos bem executados
O restaurante Lilí, no andar térreo do hotel The Peninsula, em Paris, te leva para uma jornada franco-chinesa, com cardápio variado, em pratos elegantes com belíssimas apresentações. Ainda que a comida te faça lembrar das inspirações com pé na cidade-luz, o ambiente chique e agradável é um carimbo no passaporte para Hong Kong.
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Na recepção, um painel com 33 mil pedras de cristal e quimonos coloridos dão boas-vindas junto com os hostess. A partir dali, um corredor – com as salas privadas – guia até o grande salão. Com referências de óperas francesas e chinesas (com camurça na cor vinho e detalhes em dourado), afinal Lili é uma cantora dos anos 20. A iluminação é mais intimista e escura, com um ar de tranquilidade e, ao mesmo tempo, discrição. Os assentos de canto remetem às gaiolas chinesas (possivelmente pela lenda do rouxinol da gaiola de ouro).
O menu guarda as relíquias dos chefs francês, Christophe Raoux, e chinês, Peter Ma. Enquanto o primeiro busca ingredientes da culinária local, adaptando às inspirações da culinária cantonesa, o segundo tenta preservar as sutilezas aromáticas da sua terra-natal. O atendimento é excepcional, e os garçons falam inglês a fim de te deixar mais à vontade do que no francês – até a hora de apresentação e explicação de cada etapa. Em belíssimos pratos, a degustação começa com o carro-chefe lagosta e caviar, servido com pequenos pontos de limão. Se não se sentir à vontade para comer com hashi, peça talheres.
Seguindo com o paladar frio, a refrescante lagostin é servida com trufas de Verão em uma cama de abobrinha, cuja apresentação lembra um ratatouille. No prato seguinte, o clima esquenta com um peixe (que derrete na boca) e funghi, com molho de soja (você vai querer devorar até a última gota, tamanho o sabor). E, por fim, um bife de carne bovina (bem molinha e agridoce), com cogumelos e rabanete. De sobremesa, é servido um mousse de coco com toranja. Ao lado dele, um sorbet de cramberry.
A experiência imersiva custa 158€ (cerca de R$ 584) + 88€ (aproximadamente R$ 325), caso queira harmonizar com vinhos. Na nossa passagem por lá, foram servidos os brancos Puligny-Montrachet (2014, França) e Riesling Alsace Frand Cru Geisberg (2014, França), os tintos Châteauneuf-du-Pape (2013, França) e Chateau Moulin Saint-Georges Grand Cru (2012, França) e novamente o branco Disznoko Tokaji Aszu 5 Puttonyos (2008, Hungria). Para encerrar, o D’Oliveiras Malvasia Reserva (1996, Portugal), de sobremesa.
À LA CARTE
O menu à la carte, com recomendação dos chefs, reserva sopas (de 20€ a 30€, em média), enguia com molho de feijão preto (38€), lagosta americana (de tom azulado, 120€), peixe tambaril servido em estilo Sichuan (China, €48), beef tenderloin (uma espécie de rosbife, 38€) e filé de língua bovina (32€). Como entradinha, há: tofu crIspy (22€), lula com coentro e pimenta (32€), pepino marinado com molho apimentado (19€), caranguejo-real (42€), porco agridoce (28€) e frango com medusa com molho sesame (28€).
Nos assados, destaque para: pato-à-pequim (128€), lombo de porco glaceado (32€) e o duo de porco acompanhado de pato (34€), além de barriga de porco crocante (28€). O menu tem ainda partes para carnes (35€, em média), frutos do mar (entre 40€ e 50€), aves (35€ – 45€), vegetais (25€), arroz e noodles (€26, em média). E sobremesas (de 12€ e 14€): pudim de manga, Creme de manga com toranja e bolinhas de sagu, frutas da estação, bolinhos de semente de gergelim recheados com creme pasteleiro e bolinhos de arroz com amendoins e molho sesame escuro. É possível fazer reserva pela internet.
CLÁSSICO
A fachada do hotel é um palacete datado de 1864, que em meados de 1904 virou hotel. Em 1936, o governo francês vendeu o edifício e foi transformado na sede da UNESCO e no Ministério das Relações Exteriores. Há alguns anos comprou o prédio e o transformou em um elegante hotel, com espaçosas suítes e quartos (aproximadamente 200).
19 Avenue Kléber, 75116 Paris, França / Tel.:+33 1 58 12 28 88
O menu foi degustado em julho de 2017, mesma época em que foram feitas as consultas de preço. Mas vale lembrar que os menus como este, que levam a uma jornada à culinária e o cardápio do restaurante, são escolhas do chef e variam de acordo com a disponibilidade de ingredientes. Pode ser que, em outra visita, os pratos mudem repentinamente.