Sardenha, a ilha mágica do Mediterrâneo
A Sardenha é uma ilha italiana banhada por água azul-esmeralda, reduto de belezas naturais, com uma cena gastronômica de renome mundial e os mais luxuosos hotéis, mas com cara de cool-chique, sem muita sofisticação. Com uma beleza de deixar qualquer um boquiaberto, se tornou, merecidamente, o destino mais hypado do verão europeu
A ilha mediterrânea ficou popular nos anos 60, quando o príncipe Khan navegava em seu iate e se apaixonou por um trecho – quase intacto – da costa e decidiu que ali seria seu próximo investimento. Assim nasceu a Costa Esmeralda (devido a cor de seu mar), a região que colocou a Sardenha na lista de destino-desejo dos jet-setters de todo o mundo em busca das férias perfeitas.

Localizada no Nordeste da Itália, Sardenha é a segunda maior ilha do Mediterrâneo com quase dois mil quilômetros de litoral e, desde 1996, toda a sua parte territorial tornou-se um Parque Nacional para resguardar a flora e fauna lotada de espécies raras. Nos territórios que beiram o oceano, prepare-se para encontrar baías que são combinadas com relevo rochoso, praias com areia extremamente branca (e tem até areia rosa) e um mar turquesa que invade os olhos.
Além das praias, Sardenha tem seu lado histórico, que é extremamente enriquecedor e cultural. A ilha já foi casa de diversos povos – como árabes, bizantinos, cartagineses, espanhóis, italianos e romanos – e, devido a essas invasões, seu interior entrou em tempos áureos e viveu da agricultura e da criação de animais por muitos anos. Essa mistura de povos deixou importantes vestígios, como os diversos dialetos e línguas falados na ilha; não se espante se ouvir catalão, sardo ou um dialeto ligúrio, além do italiano.
A ilha é bem grande, e o aluguel de carro para desbravar a região é praticamente obrigatório. Prepare-se para estradas com vistas de tirar o fôlego, cidades pitorescas e, como dizia o famoso escritor inglês e apaixonado pela Itália David Herbert Lawrence em seu livro Sea in Sardinia: “a Sardenha é fora do tempo e da história”.
Informações gerais da Sardenha
Como chegar: não há voos diretos do Brasil. É necessário fazer escala em algum outro destino da Europa e então pousar em algum dos três aeroportos da Sardenha, localizados em Cagliari, Olbia e Alghero. Outra opção são os ferryboats que partem de diversos pontos do continente italiano.
Melhor época para visitar a Sardenha: verão, entre junho e setembro, sendo agosto altíssima temporada – leia-se preços nas alturas e cheio de turistas.

Veja também: Costa Esmeralda e sua encantadora Porto Cervo
O que comer na Sardenha
Gastronomia local: apesar de estarmos em uma região mediterrânea, com óbvia influência do mar, vale lembrar que a ilha é movida pela pecuária, o que significa gerações de sardos que pastoreiam ovelhas e são famosos criadores de suínos e caprinos.
É claro que se come muitos pescados e a Bottarga (ovas de peixe seca) sarda é considerada uma das melhores do mundo; chamada de “ouro da Sardenha” pode ser apreciada fatiada com azeite e um pouco de limão ou ralada sobre massas e risotos. Mas a maioria dos pratos típicos vêm da terra, como o cordeiro cozido lentamente em ervas e o leitão assado no espeto com folhas de sálvia e louro.
O famoso pecorino sardo, um dos melhores queijos do país, recheiam as massas (afinal, estamos na Itália) que chegam à mesa muitas vezes acompanhados com as capturas do dia.
Uma refeição realmente típica precisa começar com o Pane Carasau, um pão achatado e muito crocante, normalmente servido com alguns ramos de alecrim e um bom azeite, e terminar com o Mirto di Sardegna, um licor digestivo à base de murta, planta comum na região, servido gelado. Buon Appetito!
O que visitar na Sardenha
Costa Esmeralda, com destaque para as cidades de Porto Cervo e Porto Retondo;

Arquipélago das Ilhas Maddalena, formado por sete belas ilhas, das quais cinco são desabitadas, tudo rodeado por um parque marinho nacional. Ideal para mergulho, snorkel e uma boa parada de barco. Também tem ótimos restaurantes, como o La Casitta;

Sassari, cidade com área medieval com destaque ao seu Duomo do séc XI e ao Museo Archeologico Nazionale “GA Sanna”, ótimo para desvendar a história nurague da região;
A graciosa cidade medieval de Bosa, localizada na foz do único rio navegável da Sardenha, o Temo;

Alghero, a cidade das torres, e se perder nas vielas e ruelas de pedras no porto da cidade antiga. Vale pegar um barco (é possível ir de carro, mas a volta é muito íngreme) e conhecer a espetacular Grotta di Nettuno e a Grotta Verde;

Cagliari, a capital da Sardenha, apresenta monumentos fenícios, cartagineses, romanos e pisanos. O anfiteatro do século II esculpido na rocha sobrevive desde a era romana; já no bairro alto de Castello visite o Bastione San Remy e contemple uma vista linda da cidade e arredores;

No nordeste da Sardenha está a Ilha de Caprera, a segunda maior do arquipélago, e onde está a famosa Spiaggia di Cala Coticcio. Conhecida como o Tahiti da Sardenha, a praia é uma verdadeira piscina natural. A melhor maneira de chegar é de barco, porém também é possível fazer uma caminha de dificuldade moderada por cerca de 40 minutos para chegar até esse paraíso. O exercício valerá a pena assim que avistar essa que é considerada por muitos a mais especial praia da região;

A região de Cabras tem quase 30 km de costa e lá está a Spiaggia di Is Arutas, com 500 m de comprimento. A praia – totalmente coberta por areias de quartzo branco e rosado – está localizada na Área da Marinha Protegida da Península de Sinis. Várias áreas de estacionamento convenientes estão localizadas a apenas 100 metros de lá. Como a maioria das praias da área de Sinis, Is Arutas é um dos lugares mais populares para os entusiastas do surf;

Nurague de Barumini ou Su Nuraxi, declarado Patrimônio Mundial da Unesco, é o melhor local para tentar entender o mistério que cerca o povo nurague e suas construções arquitetônicas erguidas entre 1800 e 300 a.C.
