Além de adrenalina, parques SeaWorld têm lado família e de conservação

Parques temáticos do grupo United Parks na Flórida, que incluem Busch Gardens e propriedades aquáticas, têm tours pelos bastidores e novidades para pais e filhos

Saulo Tafarelo, do Viagem & Gastronomia
Montanha-russa Penguin Trek, no SeaWorld Orlando
Aberta no ano passado, montanha-russa Penguin Trek é uma das mais concorridas do SeaWorld Orlando e foi desenhada para toda a família  • Divulgação
Compartilhar matéria

Em pé, de barriga para baixo, com sete inversões, com a queda mais íngreme da Flórida ou com velocidades que passam dos 120 km/h. As montanhas-russas dos parques SeaWorld, em Orlando, e Busch Gardens, em Tampa, estão entre as mais radicais não só dos Estados Unidos, mas do mundo.

Adorados por brasileiros, os parques temáticos da United Parks & Resorts no estado norte-americano seguem como paraísos para amantes de fortes doses de adrenalina. Mas nem só de atrações radicais vivem as propriedades: atrativos familiares, que podem ser curtidos em conjunto por pais e filhos, e aprendizados sobre conservação de espécies entram cada vez mais no foco da companhia.

“Experiências familiares que são divertidas, imersivas, enriquecedoras e educativas vieram para ficar. As famílias estão em busca de um dia de diversão e descanso que vá além do comum. O precioso tempo em família precisa criar memórias que durem a vida toda, então o nível de exigência é alto”, comenta Marilyn Hannes, Vice-Presidente Sênior de Relações Estratégicas da United Parks & Resorts.

Ambientes imersivos e atrações carregadas de storytelling são ferramentas para agradar o público, ao mesmo tempo em que conscientizam por meio do entretenimento. No SeaWorld Orlando, onde brasileiros somam 20% do público e aparecem em segundo lugar entre os visitantes internacionais, atrás somente do Reino Unido, novidades andam nesta direção, assim como no Busch Gardens, onde montanhas-russas recordistas dividem espaço com um novíssimo habitat “kids friendly”.

Emoções familiares nas “family thrill rides”

Simulador Expedition Odyssey é a mais recente atração familiar do SeaWorld Orlando • Divulgação
Simulador Expedition Odyssey é a mais recente atração familiar do SeaWorld Orlando • Divulgação

Inaugurado neste ano, o Expedition Odyssey, no SeaWorld, é o mais recente exemplo de uma atração “family thrill”, que atrai diferentes faixas etárias com a injeção de um pouco de emoção. A partir de filmagens reais obtidas ao longo de dois anos no Ártico, o simulador transporta visitantes a paisagens geladas e até dentro do oceano com ajudinha de elementos sensoriais. Para experimentar a atração, basta ter altura mínima de um metro.

Outra amostra é a montanha-russa Penguin Trek. Aberta no ano passado, já é uma das mais disputadas do parque, levando aventureiros a uma “missão de pesquisa pela Antártida”. Com sistema de lançamento, ela chega a 70 km/h, sem inversões, aceitando pessoas a partir de 1,07 metro de altura. No fim, visitantes passam por um habitat de pinguins.

E quem possui uma viagem marcada para Orlando em 2026 já pode se planejar: o SeaWorld anunciou a SEAQuest: Legends of the Deep, que, por meio de trilhos suspensos no escuro, promete percorrer o mundo subaquático.

“Acho que se trata de um equilíbrio. Temos montanhas-russas radicais e atrações familiares, então queremos conversar com todas as demografias que vêm ao parque, desde avós até os netos. Famílias são uma forte representação da população”, diz Chris Baker, Vice-Presidente de Operações do SeaWorld Orlando.

Para todos os gostos

A cerca de 1h30 de Orlando, o Busch Gardens Tampa abriu as portas em 1959 como um centro de hospitalidade. Hoje, é o recordista de montanhas-russas na Flórida, com nove atrações do tipo, incluindo a híbrida Iron Gwazi, a mais rápida e íngreme de sua categoria no mundo, até a lendária SheiKra, que continua dando frio na barriga com queda de 90 graus a 60 metros de altura.

Entre um recorde e outro, surge a Phoenix Rising, boa oportunidade para crianças e pais experimentarem uma montanha-russa suspensa sem altas cargas de adrenalina, mas com diversão de sobra. Aceitando pessoas a partir de 1,07 metro, ela atinge até 71 km/h em um caminho repleto de curvas.

Para os mais baixinhos, o parque tem uma área novinha em folha que serve como um refúgio. Trata-se do Wild Oasis, um centro de cuidados de tamanduás, macaquinhos e capivaras inspirado na América do Sul, recheado por circuitos de arvorismo e vários espaços molhados para se refrescar do calor da Flórida.

Por falar em altas temperaturas, o grupo também opera os parques aquáticos Aquatica e Discovery Cove, ambos em Orlando, mas diferentes entre si. O Aquatica cumpre a missão de agradar a família com mais de uma dezena de toboáguas, além de rio lento, rio bravo e duas praias com piscinas de onda, com direito a pé na areia. Tematizado com elementos do Pacífico Sul, é um deleite em dias de verão, com diversos eventos especiais ao longo do ano.

Entre as novidades, uma atração com boia entra na categoria de “family thrill”: é o Tassie’s Underwater Twist, toboágua de 39 metros que mistura trilha sonora e elementos de vídeo. Brinquedões como a Taumata Racer, em que visitantes competem pela descida mais rápida com ajuda de um tapete molhado, e o Reef Plunge, que passa por dentro de um tanque de peixes, também são garantia de diversão.

Na contramão, o Discovery Cove não é um parque de diversões comum, mas de experiências. Com número limitado de visitantes por dia e reservas antecipadas, os tobogãs dão lugar a praias e áreas de descanso, como um paraíso tropical. Café da manhã e almoço estão inclusos, assim como certas bebidas alcoólicas para adultos, e não há filas para as experiências, já que funcionam com hora marcada.

Fazer snorkel no The Grand Reef, incluído no ingresso, é como estar no mar aberto, em que é possível nadar pertinho de milhares de peixes, até de arraias. Já o passeio subaquático com escafandro, pago à parte, é um dos pontos altos. Chamado de SeaVenture, é feito em pequenos grupos embaixo d’água, sem necessidade de certificado de mergulho, mas com indicação a partir de 10 anos. O tour promove encontros com diferentes espécies acompanhados por instrutores, que jogam luz ao trabalho de conservação dos animais e à importância dos corais.

Conservação e resgate

Barco usado para resgates marinhos na Flórida pode ser visto no tour pelo Centro de Resgate do SeaWorld • Divulgação
Barco usado para resgates marinhos na Flórida pode ser visto no tour pelo Centro de Resgate do SeaWorld • Divulgação

Para além da diversão, a companhia quer, cada vez mais, mostrar o trabalho de resgate de animais, certificado por associações e alianças pelo mundo. O que pouca gente sabe é que o SeaWorld Orlando possui um tour pelos bastidores onde é possível ver de perto a ação dos veterinários para reabilitar animais enfermos, feridos ou órfãos. Após o tratamento, eles são devolvidos à natureza ou direcionados a outros centros.

“Nas últimas décadas, aprimoramos a comunicação em relação ao trabalho que realizamos há mais de 60 anos. Em resposta à demanda do público, agora compartilhamos mais sobre os bastidores dos esforços em nossos parques, incluindo resgate e reabilitação de animais, pesquisa científica, educação e apoio global a organizações”, revela a brasileira Gisele Montano, Diretora de Sustentabilidade das Espécies do SeaWorld.

Disponível para todos os visitantes a partir de US$ 19 (cerca de R$ 102), o SeaWorld Rescue Tour passa por laboratórios, áreas de quarentena, piscinas e aviários que ficam “invisíveis” aos olhos do público. Se tiver sorte, é possível acompanhar o tratamento de algum animal, como focas ou peixes-bois, estes últimos os mais resgatados pela instituição.

O turismo sustentável é mais do que uma tendência, e os visitantes estão muito interessados em turismo responsável e conservação
Marilyn Hannes, Vice-Presidente Sênior de Relações Estratégicas da United Parks & Resorts

No ano passado, os três parques SeaWorld nos EUA (em Orlando, Califórnia e Texas) resgataram 782 animais de 137 espécies. Grande parte é colocada de novo na natureza, mas os que ficam nos parques após o aval dos veterinários ajudam a espalhar uma mensagem.

“Os animais que vivem em nossos parques são embaixadores de suas espécies na natureza. Eles contribuem para educar os visitantes sobre a importância de proteger as espécies e o meio ambiente. Assim, os visitantes criam uma conexão profunda que os inspira a agir além dos limites dos nossos parques”, comenta Gisele.

Em Tampa, o Serengeti Safari Tour, no Busch Gardens, possibilita chegar perto de girafas, que ficam soltas em uma área de 26 hectares e que foram resgatadas ou chegaram aqui de outros zoológicos.

O passeio, a partir de US$ 39,99 (cerca de R$ 215), ajuda a financiar o SeaWorld & Busch Gardens Conservation Fund, organização sem fins lucrativos que repassa os ganhos a outras instituições em prol da salvaguarda de diferentes espécies. Durante o passeio, é possível saber que as ações apoiam desde a reintrodução de guepardos na Namíbia até a manutenção de um banco genético para a conservação das espécies, com foco naquelas com risco de extinção.

Dicas úteis para as férias

  • Baixe os aplicativos de cada parque. Eles ajudam a desenhar o dia e indicam as atrações abertas, o tempo de fila, os horários de funcionamento e apresentam mapas, que são uma mão na roda para otimizar a experiência;
  • Os parques costumam ficar mais cheios aos fins de semana e em datas festivas. Para resolver a ansiedade de quem não tem paciência para filas - que podem ser longuíssimas e tirar muito tempo do dia - opte por comprar o Quick Queue, que funciona como um "fura filas". Com valores a partir de US$ 19,99 (que podem variar de acordo com o dia e o parque), a ferramenta cai como uma luva nas atrações mais concorridas;
  • O plano de refeições All Day Dining Deal, disponível no SeaWorld, Busch Gardens e no Aquatica, pode ser útil caso opte por ficar o dia inteiro no parque. Com ele, visitantes têm direito a entrada ou sobremesa, prato principal e bebida não alcoólica ao longo do dia, com intervalos de 90 minutos entre uma refeição e outra. Os preços são camaradas e costumam valer a pena;
  • Especificamente no Aquatica e no Discovery Cove, priorize alugar uma cabana privativa caso esteja em grupo. Além de sossego garantido, as cabanas já vêm equipadas com toalhas, armários e frigobar abastecido com água.

*O jornalista foi convidado pela United Parks & Resorts para conhecer parques temáticos do grupo em Orlando em agosto de 2025.    

 

Acompanhe Viagens e Turismo nas Redes Sociais